Mais do que nunca, é hora de reconhecer o seguro como um agente ativo da transformação e parte da solução (Leandro Fonseca/Exame)
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Publicado em 12 de novembro de 2025 às 11h29.
Última atualização em 12 de novembro de 2025 às 11h29.
Por Gabriela Al-Cici*
A COP-30 posiciona o Brasil no centro do debate climático global. Nesse contexto, o mercado de seguros tem um papel fundamental a desempenhar.
O aumento de eventos climáticos extremos já afeta famílias, negócios e comunidades inteiras, colocando as mudanças climáticas como uma das emergências de saúde mais urgentes da atualidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com o aumento da expectativa de vida e a intensificação dos efeitos climáticos, as pessoas precisarão lidar por mais tempo com problemas como poluição, ondas de calor e frio, enchentes, insegurança alimentar e doenças transmitidas por novos vetores.
Nos últimos dez anos, 94% dos municípios brasileiros declararam estado de calamidade ou emergência pelo menos uma vez.
Diante disso, seguradoras que atuam com Seguro de Pessoas têm investido em produtos voltados à proteção em vida, como coberturas para doenças graves, tropicais e internação hospitalar.
Somente em 2024, o país registrou 1.690 eventos climáticos severos, um sinal claro da intensificação dos riscos ambientais.
No mundo, as perdas superaram US$ 369 bilhões, sendo que apenas US$ 145 bilhões estavam seguradas.
Em meio a esse cenário, a capacidade do setor de seguros de antecipar riscos e agir com rapidez será cada vez mais decisiva.
É nesse ponto que o seguro reafirma sua relevância como instrumento de proteção social e de continuidade familiar.
O produto oferece suporte concreto em momentos de vulnerabilidade, garantindo segurança e estabilidade.
Na Prudential, por exemplo, 90% das indenizações são pagas em vida, um dado que traduz o compromisso com a saúde e o bem-estar dos segurados, especialmente em tempos de incerteza climática e social.
Ainda assim, apenas 18% dos brasileiros possuem seguro de vida.
Ampliar o acesso é fundamental para reduzir vulnerabilidades sociais e fortalecer a resiliência diante da imprevisibilidade do clima.
Se vamos viver mais, precisamos viver melhor, e o seguro de vida é parte essencial dessa transição para um futuro mais saudável e sustentável.
Na COP-30, o Brasil terá a oportunidade de apresentar soluções concretas de resiliência e financiamento climático.
E o setor segurador estará presente na Casa do Seguro, um hub de conteúdo, diálogo e articulação para posicionar o mercado nas discussões do clima.
A iniciativa é da CNseg em parceria com dez seguradoras e visa colocar o setor de seguros na agenda global mostrando como o seguro pode ser um alavancador econômico social.
Temos o conhecimento técnico, a solidez financeira e a missão de proteger vidas e patrimônios.
Nosso papel será apresentar o seguro de vida como uma ferramenta estratégica para reduzir vulnerabilidades sociais e mitigar os impactos dos riscos climáticos, oferecendo proteção em vida em um planeta cada vez mais instável.
Eventos extremos exigem soluções integradas entre saúde, meio ambiente e proteção financeira.
Mais do que nunca, é hora de reconhecer o seguro como um agente ativo da transformação e parte da solução, não apenas amparando perdas, mas impulsionando a construção de uma sociedade mais resiliente, consciente e preparada para os desafios do nosso tempo.
*Gabriela Al-Cici, vice-presidente de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional da Prudential do Brasil.