Gerente de logística (Foto/Getty Images)
Bússola
Publicado em 8 de setembro de 2022 às 19h20.
Última atualização em 8 de setembro de 2022 às 19h35.
Apesar de recente e ainda pouco conhecido, o Open Logistics vem ganhando força na rotina de quem trabalha na área — e não poderia ser diferente. Da mesma forma que o Open Banking está revolucionando o sistema financeiro do Brasil, apesar de sua curta existência, o Open Logistics é o nome da inovação equivalente do setor de transporte e logística.
Embora ainda seja associado ao analógico, a processos manuais e pouco uso de tecnologia, o ecossistema logístico vem passando por diversas e necessárias transformações. Nos últimos anos, é possível perceber quanto esse mercado vem se reformulando para alcançar resultados melhores, garantindo mais eficiência, menores custos, maior produtividade e otimização de tomadas de decisão.
Com a aceleração da globalização e a consequente abertura dos mercados a novos competidores regionais e mundiais, qualidade e custo nunca foram tão importantes para manter a competitividade. Além disso, com a ascensão cada vez maior do poder e da voz do cliente, o mercado tem se tornado ainda mais exigente: além de alta qualidade e baixo custo, hoje uma boa experiência é um ponto de extrema relevância para as empresas, transformando o serviço logístico num elemento-chave na relação cliente-fornecedor.
Prazos de entrega mais curtos, experiência de alto nível e excelência em qualidade: como garantir tudo isso quando há cada vez mais atores envolvidos na cadeia logística, as informações acabam não chegando onde deveriam chegar e as empresas não conseguem ter visão completa de suas operações? O Open Logistics é a resposta.
Se o Open Banking nasceu para tornar possível o compartilhamento seguro de dados entre instituições financeiras, o Open Logistics segue a mesma lógica, sendo, portanto, um conjunto de tecnologias que têm como objetivo viabilizar a verdadeira digitalização logística. Por verdadeira digitalização, me refiro ao uso da tecnologia em toda sua potência, isto é, permitir que as empresas, ao digitalizar seus processos, consigam se conectar com seus parceiros de negócio dentro do ecossistema logístico, promovendo mais transparência e colaboração entre todos eles ao facilitar a troca de dados em tempo real e o uso de inteligência preditiva.
Por meio do Open Logistics, as operações podem ser totalmente orquestradas, porque é possível conectar sistemas e diferentes setores operacionais, integrando e centralizando todos os dados e informações em tempo real em um só lugar. Digitalizando e reinventando processos, garantindo uma conexão direta entre todos os atores envolvidos na cadeia logística por meio de Interface de Programação de Aplicação (APIs), que possibilitam que sistemas e aplicações compartilhem dados entre si, as empresas aumentam sua eficiência, reduzem custos e ganham mais agilidade, flexibilidade e escalabilidade para as rotinas operacionais.
Open Logistics não é sobre futuro, já é o presente. Chegou a hora de derrubar muros e construir pontes. Não há mais espaço para sistemas desconectados que operam de forma independente e solucionam apenas parte dos problemas. Para superar os desafios da cadeia logística em nosso país, precisamos pensar e trabalhar juntos, como parceiros. É isso que o Open Logistics propõe e é esse o convite que faço a todos que, assim como eu, acreditam que é possível transformar a realidade operacional do ecossistema logístico e obter eficiência em escala através de colaboração e tecnologia.
*Bruno Pelikan é CEO da Rabbot
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