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Onda de revelações atropela a CPI e se aproxima do Planalto

O silêncio de Carlos Wizard na CPI da Pandemia foi preenchido pelo avanço da apuração da imprensa

Empresário Carlos Wizard usou seu direito de não se incriminar. (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Empresário Carlos Wizard usou seu direito de não se incriminar. (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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Publicado em 30 de junho de 2021 às 20h49.

Por Marcio de Freitas*

O empresário Carlos Wizard usou seu direito de não se incriminar na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia. Não respondeu, ficou em silêncio no bom português.

O silêncio de Wizard foi preenchido pelo avanço da apuração da imprensa, que já trazia informações sobre novos personagens e situações desde ontem, notadamente a Folha de S.Paulo. Essa onda de revelações tornou o que se fala nos depoimentos da CPI menos relevante, para dizer o mínimo. O circo não ilumina neste caso, nem quando pega fogo nos baixos escalões.

Só os fatos, nomes, dados, mensagens trocadas, gravações possíveis que atraem e seguram a atenção do público. E o governo percebeu o movimento de interesse generalizado.

Esses fatos trouxeram mais desgaste ao Palácio do Planalto, causando arranhões no discurso diferente do presidente Jair Bolsonaro. Não que se tenha chegado a ele, diretamente. Mas chegou-se a pessoas que têm proximidade e acesso.

Quando há problemas, presidentes deixam claro suas limitações. Quando Fernando Henrique Cardoso era presidente, deixou vazar que não lia tudo que assinava, pois fora encontrada sua assinatura num documento ligado ao escândalo do TRT de São Paulo. A resposta foi ruim, e só. Não havia nenhum envolvimento em nada irregular.

Já a oposição discursa e tenta jogar no colo do presidente eventuais e supostos erros e irregularidades que demonstrem envolvimento em corrupção durante a pandemia. Ainda não encontraram, mas as buscas continuam. E também fora dos limites da CPI, na linguagem política que todos entendem.

*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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