Assunto é indício relevante de um possível debate quente para as próximas eleições presidenciais de outubro (Adriano Machado/Reuters)
Bússola
Publicado em 18 de fevereiro de 2022 às 17h40.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2022 às 18h10.
Por André Jácomo*
Observar que a pandemia de covid-19 mexeu com os ponteiros da economia mundial não é nenhuma novidade. Há três anos, o setor público e o setor privado buscam saídas econômicas para lidar com a necessidade de gastos e subsídios públicos exigidos pelos agentes tomadores de decisão no novo normal.
A crise econômica gerada pela pandemia, com elevação do desemprego e dos gastos públicos em escalas globais, colocou novamente o Estado em papel de centralidade como um agente econômico fundamental para a recuperação da economia. Mesmo países com trajetória econômica mais liberal, como os Estados Unidos, tiveram no poder público uma âncora importante para evitar piores consequências dos últimos anos.
E, ao que tudo indica, a pandemia causou maior endosso da opinião pública a uma atuação mais forte do Estado como indutor da economia.
Um estudo recente divulgado pelo Pew Research Center, maior think thank de pesquisas de opinião do mundo, o fortalecimento da economia nacional aparece como a maior prioridade da opinião pública americana pelo segundo ano seguido, indicado por 71% dos entrevistados em uma amostra representativa do eleitorado dos Estados Unidos.
Surpreende pois o tema aparece à frente de outros que foram tão salientes do debate público do país nos últimos anos, tal como a defesa e militarismo, redução da criminalidade ou mesmo a questão imigratória. O dado surpreende ainda mais porque a pesquisa mostra que essa tese passou a ser tolerada por ambos perfis eleitorais: republicanos e democratas.
Embora no Brasil nenhuma pesquisa de opinião tenha publicado uma pergunta análoga à explicitada acima, a questão econômica está no topo das prioridades da opinião pública. Pesquisa realizada pelo Instituto FSB Pesquisa no final de 2021 mostrou que as principais prioridades dos brasileiros estão umbilicalmente ligadas à atuação do Estado, como o combate à pobreza, salário mínimo e controle da inflação.
Um indício relevante de um possível debate quente para as próximas eleições presidenciais de outubro.
*André Jácomo é diretor do Instituto FSB Pesquisa
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.
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