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Publicado em 10 de abril de 2025 às 13h00.
Por Marcel Serafim, diretor executivo de Bens de Consumo da Elgin
A automação residencial deixou de ser um conceito futurista e já é parte do cotidiano dos brasileiros. Ela é uma grande oportunidade de negócio para todo o ecossistema: para as empresas que desenvolvem as inovações, os lojistas e varejistas que oferecem ao consumidor e também os instaladores. Uma pesquisa da MarketsandMarkets mostrou que o mercado nacional projeta um crescimento anual de 9% a 11% nos próximos cinco anos, alinhando-se às tendências globais que apontam para um CAGR (Taxa Composta de Crescimento Anual) de 12,3% até 2030. Para fazer um comparativo, nos EUA, mais de 40% dos lares já usam dispositivos inteligentes, conforme relatório publicado pela eMarketer.
Nesse contexto, três fatores explicam esse movimento acelerado: a expansão do 5G, que reduz a latência e melhora a comunicação entre dispositivos; a queda no custo de equipamentos inteligentes, como fechaduras digitais e assistentes de voz; o aumento na busca por soluções de eficiência energética, como os sistemas fotovoltaicos que reduzem a conta de luz e geram economia; e, especialmente em grandes centros, o crescimento por equipamentos de vigilância e segurança.
Se antes a automação era restrita a nichos específicos, hoje há uma clara disposição a experimentar a conveniência e a tranquilidade que ela proporciona. Estudo da Confederação Nacional das Indústrias apontou que 48% dos brasileiros consideram os sistemas de monitoramento e fechaduras inteligentes prioridade e estão dispostos a investir nestes equipamentos. Além disso, com a alta na conta de energia, sensores de presença, termostatos programáveis e integração com energia solar são cada vez mais valorizados. A preocupação com privacidade e proteção de dados também cresce — forçando fabricantes a investir em criptografia e transparência, sobretudo nas câmeras internas.
Diante desse cenário, quando olhamos para os próximos cinco anos, conseguimos identificar algumas tendências:
Entretanto, apesar do potencial de geração de negócio, obstáculos persistem. A ausência de padrões unificados e o investimento inicial necessário mantêm a adoção em patamar relativamente baixo. Para que o Brasil consolide sua posição como protagonista, vejo como fundamental avançar em duas frentes.
A primeira é promover educação tecnológica desde as escolas. Muitos brasileiros ainda associam automação à complexidade. Portanto, campanhas que demonstram a facilidade de uso e os benefícios tangíveis podem impulsionar a adoção. Além disso, incentivar políticas públicas que reduzam custos e parcerias entre construtoras e fabricantes pode trazer avanços significativos.
A questão central não é se a automação residencial crescerá — isso já é realidade, mas quem conseguirá transformar inovação em valor acessível para o consumidor. A casa inteligente representa mais do que conveniência: é uma oportunidade de repensar sustentabilidade, segurança e qualidade de vida no Brasil.
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