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O que esperar da economia do Brasil em 2022

De acordo com análises do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de consultorias brasileiras, nossa economia deverá crescer entre 0,8% e 1,9% em 2022

Confira três tópicos que causarão impacto na economia neste ano (Carla Nichiata/Getty Images)

Confira três tópicos que causarão impacto na economia neste ano (Carla Nichiata/Getty Images)

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Publicado em 7 de janeiro de 2022 às 14h15.

Por Edson Silva*

Se 2020 foi considerado “o ano que não terminou”, em função dos acontecimentos causados pela pandemia, 2021 ficou marcado como o ano da retomada, já que o país está com diminuição de casos e, principalmente, de novas mortes causadas pela covid-19.

Mas o que podemos esperar da nossa economia para o próximo ano?

Independente do viés pessimista ou otimista, é certo que o crescimento não virá sem esforço. De acordo com análises do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de consultorias brasileiras, nossa economia deverá crescer entre 0,8% e 1,9% em 2022. Para comparação, a média de crescimento para os países emergentes está com previsão de 5,1%.

Longe de qualquer exercício de futurologia, a proposta deste artigo é refletir a partir de análises conjunturais apresentadas por economistas e especialistas em finanças. Por isso, selecionei três tópicos que deverão causar impacto em 2022. Confira:

1) Menor oferta de crédito nos bancos

De acordo com uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a tendência é que os bancos reduzam a oferta de crédito em 2022. Isso acontece porque há um temor de inflação descontrolada e até recessão no próximo ano. Em um ambiente assim, a renda das pessoas e o faturamento das empresas são diretamente afetados. Na outra ponta, por causa do aumento do risco de inadimplência, os bancos ficarão ainda mais cautelosos para emprestar dinheiro.

2) Aumento da antecipação de recebíveis

Com menos crédito disponível nos bancos, a tendência é de crescimento de modalidades como antecipação de recebíveis. Segundo um monitoramento realizado pelo Banco Central do Brasil, as antecipações cresceram 50% no primeiro semestre deste ano. Já dados do Sebrae revelam que 45% dos empresários de micro e pequenos negócios utilizam a antecipação de recebíveis com frequência. E outros 18% o fazem de forma esporádica.

3) Consolidação do Pix

Lançado oficialmente em novembro de 2020, o Pix caiu no gosto dos brasileiros. Já são 348 milhões de chaves cadastradas e cerca de 105 milhões de pessoas físicas utilizando o sistema. Para 2022, o Banco Central anunciou o Pix Cobrança, o débito automático e a utilização sem a necessidade de internet. Com estas funcionalidades, aliadas a novos sistemas de prevenção de fraudes, o sistema tem tudo para crescer ainda mais.

Além destes três fatores citados acima, é importante ressaltar que 2022 é ano de eleição para presidente, governadores e também para o Congresso Nacional. Isso aumenta o grau de incerteza, resulta em mudanças de cenário e impacta diretamente na geração de emprego e renda, dois motores do desenvolvimento.

Sabemos que, mesmo com o forte avanço da vacinação, a pandemia não está totalmente resolvida. Ainda há dúvidas sobre novas cepas do vírus, o que traz um fator adicional de risco justamente no momento em que precisamos lidar com nossos problemas domésticos.

A verdade é que o mar está turbulento e há correnteza contrária. Mas não são águas calmas que formam um bom marinheiro. Nesta reta final de 2021, nosso desafio principal é descobrir como cada um de nós - seja pessoa ou empresa - pode ajudar a economia do Brasil a navegar em águas mais tranquilas.

O ano de 2022 aparenta ser uma página aberta e a forma como agimos e resolvemos os problemas refletirá em nosso “sonho grande” e definirá o país que queremos ser.

Um ótimo Ano Novo para você.

*Edson Silva é presidente do Grupo Nexxees

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