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O que é o ‘gig tripping’ e como essa tendência pode impactar o turismo?

Levantamento da 3mais sugere que eventos musicais podem injetar bilhões em economias locais, redefinindo destinos ao redor do mundo

A apresentação de Lady Gaga no Rio de Janeiro (Buda Mendes/Getty Images)

A apresentação de Lady Gaga no Rio de Janeiro (Buda Mendes/Getty Images)

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Publicado em 27 de maio de 2025 às 07h00.

“Gig tripping” é o ato de planejar uma viagem a fim de participar de shows, festivais e turnês de grandes artistas musicais. Eventos recentes mostram que a atividade está se tornando tendência e tem grande potencial para movimentar o setor de turismo. Para ter uma noção da importância deste movimento, vamos fazer um cálculo grosseiro a partir dos resultados do show da Lady Gaga no Rio de Janeiro.

  • Segundo a pesquisa “Jaé Fresh” da 3mais, os turistas que compareceram ao evento gastaram em média R$ 2,8 mil em cerca de 6 dias de viagem. 
  • Durante a Copa do Mundo de 2014, os turistas estrangeiros gastaram cerca de US$ 2 mil. Com o dólar da época em torno dos R$ 2,35, isso dá cerca de R$ 4700. Ajustando o valor pela inflação, os turistas gastaram em torno R$ 8760 em um período médio de cerca de 13 dias.  
  • Podemos dizer que cada turista gastou em torno de R$ 673 por dia durante a Copa 2014, e R$ 466 por dia durante o show da Lady Gaga

Claro, são muitos os fatores que determinaram os gastos dos turistas durante a Copa de 2014. Seria necessária uma pesquisa muito mais elaborada para chegar nos valores reais, mas só neste exemplo já podemos considerar que o gig tripping tem grande potencial para movimentar o setor do turismo e outros setores relacionados. 

Mas temos exemplos mais concretos do impacto dessa tendência?

Segundo a pesquisa da 3mais, a apresentação da Lady Gaga, em Copacabana, contou com 2,1 milhões de pessoas, incluindo 600 mil turistas nacionais e internacionais. Esses números refletem o apelo global da artista, bem como o poder dos eventos musicais na revitalização de economias locais, movimentando setores como hotelaria, transporte e comércio.

Outro caso analisado pela pesquisa é o da turnê "Eras Tour", de Taylor Swift. Esta, se tornou a primeira da história a ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em arrecadação, segundo o Banco Central dos Estados Unidos

“Esse montante não é apenas um recorde financeiro, mas espelho de como grandes eventos podem estimular economias regionais. Em cidades como Filadélfia (EUA), a turnê foi apontada como fator importante para a recuperação do setor hoteleiro, demonstrando como pode tracionar crescimento econômico”, destaca Rômulo Vieira, gerente de Inteligência e Estratégia de Marca da agência e responsável pelo “Jaé Fresh”.

Marcas que entenderem o comportamento dos visitantes podem conseguir bons resultados 

A análise mostra que os turistas adeptos da gig tripping se destacam pelo perfil econômico atrativo.

  • Mais de 50% gastam, em média, R$ 2,8 mil por viagem,
  • 77% chegam dois dias antes dos eventos,
  • 80% permanecem até três dias depois dos shows.

Na demanda gerada por esse público, surgem oportunidades para marcas que desejam se conectar de forma autêntica com os fãs de música.

  • 65% dos internautas, nos mais diversos canais, reparam quais são os patrocinadores das iniciativas. 

“Sem dúvida, marcas que pensam em estar nessas frentes, devem olhar tais dados com muito carinho. Esses eventos são bons ‘laboratórios de experiências’ para patrocinadores e anunciantes, que possuem papel essencial na viabilidade econômica de festivais e shows”, diz Vieira.

Com projeções que indicam contribuição de R$ 78 bilhões para a economia mundial até 2032, o turismo musical se posiciona como setor em expansão, transformando não apenas as cidades que recebem os eventos, mas a forma como marcas se conectam a essa audiência.

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