Free Fire colocou o DJ Alok para realizar um show, dentro do game. (Leandro Fonseca/Exame)
Bússola
Publicado em 1 de agosto de 2021 às 09h29.
Por Danilo Vicente*
Lá se foram 29 anos desde o lançamento de O Canto da Cidade, maior sucesso de Daniela Mercury. E não é que a cantora resolveu regravá-lo? A canção voltou na comemoração de um ano do game Valorant no Brasil. É o mais novo expoente de um movimento que só cresce: o cruzamento entre música e games.
O rapper Emicida já havia criado, em 2018, uma homenagem (É Só Um Joguinho) aos e-sports e aos jogadores brasileiros. E, fenômeno de audiência no Brasil, o jogo Free Fire virou assunto pelas vozes de MC Jottapê e Mano Brown em 2019.
O mesmo Free Fire colocou o DJ Alok para realizar um show, dentro do game! Seguiu o exemplo do rapper americano Travis Scott em outro jogo, o Fortnite, atraindo, de servidor em servidor, cerca de 14 milhões em plateia.
A indústria da música traça o seu caminho. Empresa de porte que se prese precisa analisar a entrada em games como forma de comunicação com um público enorme e aficionado. É estilo de vida, paixão e até arte.
Game é também propósito. Empresas elevam o nível de comunicação quando, dentro de jogos, podem defender boas causas, como combate ao racismo, sustentabilidade e proteção a animais. Os gamers são cidadãos de mundos virtuais, mas também reais. A maior parte é de jovens das gerações “Y” e “Z”, que não só acompanham avanços da sociedade, como defendem esses temas.
Foi para explorar esta conexão que o Grupo FSB criou a Game & Change, que planeja ações específicas para clientes que queiram levar propósitos ou causas para games. Não só. Ela oferece serviços como a criação de games, a intermediação com influenciadores ou mesmo o patrocínio de arenas.
Que games dão dinheiro, ninguém discute. A expectativa é que o mercado de jogos no Brasil terá uma receita de US$ 2,3 bilhões em 2021, segundo pesquisa feita pela Newzoo, empresa que faz análises sobre games e levantamentos referentes ao setor. O que as marcas ainda precisam descobrir é como fazer parte desse mundo virtual complexo e super engajado, falando a língua desses consumidores e, mais do que isso, levantando suas bandeiras. O pessoal da música já marcou seu território.
*Danilo Vicente é sócio da Loures Comunicação
**Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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