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O primeiro aperto de mão do pós-pandemia: você está preparado?

Conseguiremos não complicar as coisas, agora que elas começam a dar sinais de melhora?

É legítimo limpar as mãos com álcool gel depois de cumprimentar alguém? (/anyaberkut/Thinkstock)

É legítimo limpar as mãos com álcool gel depois de cumprimentar alguém? (/anyaberkut/Thinkstock)

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Publicado em 14 de julho de 2021 às 19h45.

Por Rodrigo Pinotti*

A vacinação tem avançado Brasil afora, em ritmo mais acelerado do que a maioria de nós esperava. Essa notícia é ótima. Ao mesmo tempo, esse avanço vai acelerando o retorno aos escritórios — empresas têm começado a adotar o formato misto, e o governo de São Paulo anunciou o retorno dos funcionários públicos a partir de agosto. Os próximos meses serão, portanto, uma fase de transição entre aquilo que nos acostumamos durante a pandemia e a etiqueta corporativa tradicional que vigorou até fevereiro de 2019.

Pense em duas situações, baseadas em fatos reais que aconteceram.... com um amigo meu:

Cena 1: Você está no seu sétimo compromisso do dia no Teams e para um minuto para checar o próximo. Percebe em um susto que ele não é no Teams, mas sim presencial. A quatro bairros de distância. Começa dali a 22 minutos. E apesar da aparência elegante da cintura para cima, você não tomou banho hoje.

Cena 2: Esbaforido, milagrosamente você chega para a sua reunião presencial — elegantemente atrasado, claro. Encontra uma das pessoas fora da sala e vai cumprimentá-la. Você oferece o cotovelo, ela estende o braço com a mão aberta. Dois segundos eternos depois você muda e oferece a mão, e ela troca para o cotovelo. Alguém mais chega e oferece o pé.

O aperto de mão é emblemático. É aceitável passar álcool em gel na mão depois de um cumprimento? A pessoa cumprimentada pode se ofender? Meu palpite é que o cotovelo vai ser relegado a uma nota de rodapé da pandemia até o final deste ano, então estou preocupado com isso desde já. E, neste momento, ninguém tem resposta para isso.

A agenda de compromissos, então, provavelmente passará por um período caótico durante um bom tempo. É fato que muitas organizações manterão um esquema híbrido de trabalho, parte em casa, parte presencial. Muitas empresas, por exemplo, devolveram escritórios alugados, partes dele ou o todo, e perceberam que suas operações vão muito bem sem eles, obrigado — é uma despesa que nenhum gestor que dela pode abrir mão quer voltar a registrar.

Como será a organização da vida entre o online e o presencial? Igualmente, ninguém sabe bem ainda, mas desconfio que teremos todos que ser mais habilidosos em nos conectarmos a compromissos de qualquer lugar. O seu 4G (5G em breve), microfone e fone de ouvido são bons?

Não se preocupe, porém. Todos estamos passando por isso juntos, e com alguma habilidade podemos transformar o constrangimento desse aprendizado em bom humor. Um pensamento atribuído a Einstein prevê que tudo deve ser feito tão simples quanto possível, mas não mais simples do que isso. O verdadeiro desafio estará em não complicarmos as coisas, agora que elas começam a melhorar.

*Rodrigo Pinotti é sócio-diretor da FSB Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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