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O papel da tecnologia nas oportunidades e benefícios do trabalho híbrido

Formato híbrido estabeleceu-se de vez amparado no papel da tecnologia em viabilizar a atuação profissional, onde quer que se esteja

Mesclar o trabalho no escritório ao remoto traz benefícios substanciais às pessoas e aos negócios. (sanjeri/Getty Images)

Mesclar o trabalho no escritório ao remoto traz benefícios substanciais às pessoas e aos negócios. (sanjeri/Getty Images)

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Publicado em 14 de fevereiro de 2022 às 17h51.

Por Hélio Bruck Rotenberg*

O conceito de local de trabalho mudou consideravelmente desde o início de 2020. Desassociou-se da presencialidade e integrou de vez a atuação profissional para o modelo a distância. Tal redefinição foi ancorada principalmente pela tecnologia, a qual possibilitou a continuidade e transformação de negócios, mesmo diante da necessidade de afastamento social em prol da saúde individual e coletiva.

À medida que os escritórios reabrem, estima-se que mais da metade de todos os funcionários em todo o mundo trabalharão em formato híbrido. Definitivamente, a covid-19 gerou um efeito transformador em como e onde trabalhamos.

Quando tivermos o controle da propagação do novo coronavírus, o escritório vai se tornar mais uma opção de espaço de atuação, assim como nossas casas ou qualquer outro local com estruturas física e tecnológica adequadas. Essa flexibilidade, que já foi considerada o futuro do trabalho, deve realmente permanecer como realidade de mercado.

Mesclar o trabalho no escritório ao remoto traz benefícios substanciais às pessoas e aos negócios. Melhora o bem-estar dos funcionários, possibilita convivência profissional sem privação da familiar, assim como otimiza tempo e recursos com a diminuição de deslocamentos.

Também eleva o nível de concentração diante da possibilidade de escolher o espaço mais conveniente para o desempenho de determinadas atividades. Permite usufruir a infraestrutura completa do escritório, ampliar o networking e participar de rituais corporativos que estimulam a criatividade.

A prática híbrida traz ganhos evidentes e significativos, mas também desafios gigantescos. Primeiramente, é importante ter consciência de que a regulamentação do modelo ainda está em avaliação no Legislativo brasileiro. A adoção pelas empresas deve ser cautelosa e devidamente acordada com as associações sindicais.

Além disso, a pluralidade de espaços de trabalho aumenta os riscos da segurança cibernética e da exposição de informações confidenciais. O acesso equânime às tecnologias de software e hardware deve ser facilitado pelas organizações tanto na própria sede quanto no ambiente remoto.

Nesse formato, a gestão de pessoas demanda ainda mais habilidades para estabelecer relações de confiança, assim como para incentivar a empatia, colaboração, comprometimento e alinhamento ao propósito da empresa. Gestores precisam ainda se atentar ao viés da proximidade física, condição míope e talvez inconsciente em que funcionários com maior presencialidade no escritório tenham melhores oportunidades de progressão na carreira.

Outros fatores que desafiam o trabalho híbrido são o ingresso de novos funcionários, a estrutura deficiente nos ambientes remotos como mobiliário sem ergonomia adequada, sinal de internet instável ou com baixa velocidade, cortes no fornecimento de energia elétrica e a tênue linha entre as rotinas pessoal e profissional.

O trabalho híbrido, mesmo com determinados reveses, é interessante e oportuno por conciliar as melhores características da atuação presencial e remota. A aplicabilidade do formato só é possível graças à tecnologia, por justamente empoderar empresas e instituições com ferramentas e serviços que propiciam a praticamente mandatória transformação digital. Conforme o redesenho na forma de trabalhar se solidifica, fica cada vez mais evidente a imprescindibilidade da tecnologia e a utilidade do computador para possibilitar o modelo híbrido.

O trabalho remoto, assim como as aulas on-line, acelerou a adoção de tecnologias e aumentou a procura por um dispositivo que se tornou ainda mais pessoal: o computador. Em 2020 e 2021, cerca de 650 milhões de PC (personal computers) foram comercializados globalmente, o que fez atingir o pico desse mercado. Só não foi maior pela escassez de circuitos integrados. Outra tecnologia primordial é a computação em nuvem. Permite ambientes propícios de trabalho dentro e fora do escritório, sem a necessidade de transportar dispositivos, por integrar os espaços virtualmente.

O benefício da prática híbrida ultrapassa a produtividade. Faz também com que funcionários se sintam mais valorizados e motivados. Ao mesmo tempo, identificamos no mercado a necessidade crescente de serviços como locação de equipamentos e suporte técnico. As empresas optam pelos benefícios de contratos temporários de hardware e também necessitam de assistência em dispositivos utilizados por uma força de trabalho cada vez mais descentralizada.

O formato híbrido estabeleceu-se de vez amparado no papel da tecnologia em viabilizar a atuação profissional, onde quer que se esteja. O modelo é também uma excelente maneira de aumentar a competitividade dos negócios, manter engajamento e satisfação dos funcionários, além de gerar cada vez mais valor para os clientes.

Ainda veremos uma série de inovações tecnológicas que vão potencializar os benefícios e contornar os desafios da atuação híbrida. Seguramente, teremos avanços que tornarão ainda mais agradável e eficiente essa nossa nobre responsabilidade que denominamos trabalho.

*Hélio Bruck Rotenberg é presidente da Positivo Tecnologia

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