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O open banking e a nova era dos serviços financeiros

Com o sistema, o consumidor final poderá movimentar diversas contas a partir de um único aplicativo

O open banking reforça o conceito de que os dados bancários pertencem aos clientes e não às instituições. (Getty Images/Reprodução)

O open banking reforça o conceito de que os dados bancários pertencem aos clientes e não às instituições. (Getty Images/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2021 às 10h30.

Por Marcelo França*

Nos últimos anos vimos um crescimento importante nos investimentos direcionados a fintechs e bancos digitais. Só nos primeiros meses de 2021 foram investidos mais de US$ 500 milhões nas startups de serviços financeiros aqui no Brasil, segundo o relatório mensal do Distrito Dataminer. Também é possível notar que as fintechs e os novos serviços financeiros estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas, o Pix – novo meio de pagamento digital lançado em novembro de 2020 – é um bom exemplo disso.

Agora, as instituições e os clientes se preparam para uma nova era no mercado com a chegada do open banking. Mas, afinal, o que o novo modelo – que está em fase de implementação pelo Banco Central – pode mudar na vida dos brasileiros?

O open banking nada mais é que um "sistema bancário aberto", que facilita a troca de informações entre agentes do mercado financeiro. O foco desse modelo é a democratização e descentralização das finanças. Na prática, todas as instituições financeiras autorizadas pelo BC serão obrigadas a aderir aos padrões abertos de compartilhamento de dados, permitindo que qualquer cliente possa fazer uso dos padrões abertos para melhorar a experiência nas suas operações, seja para pagamento, crédito ou investimentos.

Autonomia

O open banking reforça o conceito de que os dados bancários pertencem aos clientes e não às instituições. Com o sistema, o consumidor final poderá, por exemplo, movimentar diversas contas de um único aplicativo.

A ideia é que os bancos e fintechs desenvolvam tecnologias que integrem e compartilhem os dados de forma segura e eficiente.

Segurança

O compartilhamento será feito mediante a autorização prévia do cliente final, pessoa física ou jurídica. Nessa autorização, o cliente decide que tipo de informação será compartilhada – dados pessoais, extratos, transações de cartão de crédito, investimentos e etc. – para qual instituição os dados serão enviados e por quanto tempo esta autorização deverá persistir. Todo o compartilhamento será feito em ambiente aberto, no entanto, as comunicações serão encriptadas e os participantes serão identificados por meio de um certificado digital emitido por autoridade competente.

Futuro

De acordo com pesquisa realizada pela PwC, estima-se que até 2022 o open banking tenha potencial de criar oportunidade de receita de pelo menos 7,2 bilhões de euros. A primeira fase está em andamento desde fevereiro e, para ajudar as instituições a se adequarem a esse período, algumas startups oferecem ferramentas inovadoras.

A Celcoin, por exemplo, desenvolveu uma plataforma que facilita o compartilhamento das informações sobre canais de atendimento e a oferta de produtos e serviços (informações previstas na fase 1). E ao longo das próximas fases, a plataforma também facilitará o compartilhamento de dados cadastrais, transacionais e ainda permitirá a iniciação de pagamento.

A segunda fase está prevista para iniciar em julho, e a expectativa é que nesse período os clientes possam, inclusive, permitir o compartilhamento de seus dados pessoais entre as instituições participantes. Já nas fases três e quatro, o cliente passará a ter a liberdade de fazer negócios e transações entre diferentes instituições, sem a necessidade de ficar restrito somente aos serviços disponibilizados pela instituição que ele mantém relacionamento.

O open banking deve estar totalmente implementado no início de 2022.

*Marcelo França é CEO da Celcoin, maior plataforma de open finance do Brasil

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