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O momento da “economia prateada”

Especialista em comunicação digital analisa as oportunidades de negócio com o crescimento de consumidores online acima de 55 anos

Tecnologia: população com mais de 55 anos acabou demorando a adotar as novas tecnologias (Agibank/Divulgação)

Tecnologia: população com mais de 55 anos acabou demorando a adotar as novas tecnologias (Agibank/Divulgação)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 21h10.

Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 21h22.

Quebrou-se o gelo. E o medo. A população com mais de 55 anos, que embora tenha vivido seus 35 anos aproveitando o início da internet, acabou demorando a adotar as novas tecnologias, especialmente as transacionais. Mas, agora, estão mais do que nunca no jogo! E vieram para ficar. E o que sua marca está fazendo, pensando e, especialmente, estudando sobre a silver economy?

A população dessa faixa de idade tende a crescer no Brasil nas próximas décadas, como aponta a Projeção da População do IBGE. Em 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos, enquanto a proporção de jovens até 14 anos será de apenas 16,3%. Hoje o Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas na faixa de 60 anos, número que representa 13% da população do país.

No início, era um pouco por falta de tempo disfarçando o medo de não acompanhar a velocidade do ambiente digital e suas múltiplas opções. Mas depois apareceu o WhatsApp, com altíssima adoção nessa faixa. Ainda assim, criando uma bolha sem transbordar para as próprias redes, e — o que nos interessa aqui — menos ainda para aplicativos transacionais.

A questão mais reportada (e ela é real) sempre foi o medo com a segurança digital. Mas, então, veio a pandemia. E o Ibope já mostrou que o ponteiro está mexendo: recente pesquisa com pessoas acima de 55 anos revelou que 45% deixaram de ir às agências bancárias, enquanto 42% passaram a utilizar mais canais online durante a quarentena.

Tudo a ver com necessidade. E, na cola dela, a descoberta do benefício: rapidez, conforto e, claro, proteção contra o vírus. É uma rede ganha-ganha.

E para as marcas que querem começar a olhar esse filão já existem dicas fundamentais: 1) Segmentar – porque dentro da faixa de 50 a 70 a variação é enorme em comportamento, incluindo a parte emocional; 2) Conteúdos – especialmente de entretenimento e serviços; 3) Empatia – conte histórias que pareçam com a trajetória deles; 4) Usabilidade – não adianta ter excelente conteúdo se ele é difícil de achar.

E, então, preparado para a “economia prateada”? Tá na hora de prestar atenção a que o Jeff Beer, da revista Fast Company, disse em “se tudo que você soubesse da raça humana viesse só das propagandas veiculadas em horário nobre, você veria uma sociedade sem pessoas mais velhas. Elas não trabalham, elas não bebem cerveja, elas não dirigem carros. Elas não existem.” Leia aqui.

Quer mais argumentos? Eis aqui: o mercado prateado representa a terceira maior economia do mundo e a expectativa é de movimentar 15 trilhões de dólares só em 2020. No Brasil, esse número é de 1,8 trilhão de reais, de acordo com os dados da Harvard Business Review & Locomotiva.

*Sócia-diretora (Digital & Inovação) da FSB Comunicação 

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