A cantora, ex-BBB e atriz Manu Gavassi (Divulgação/Divulgação)
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Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 13h00.
Por Luiz Menezes*
É difícil acreditar, mas o icônico BBB 20 aconteceu há 5 anos. Foi a primeira vez que famosos participaram do programa, que contou com a façanha de uma participante em especial: Manu Gavassi. Atriz e cantora, ela produziu vários conteúdos audiovisuais antes de entrar na casa, totalizando 130 vídeos que foram roteirizados e gravados pela própria. Os vídeos consistiam em monólogos sobre temas diferentes, misturando sua vida pessoal e situações do programa, que se relacionavam com a forma que ela agia.
Na época com 27 anos, Manu faz parte dos Millennials, mas os seus conteúdos foram tão inovadores e bem produzidos que ajudavam a construir a sua narrativa diante do telespectador, quebrando assim diversas barreiras e conseguindo agradar diferentes gerações, principalmente a Geração Z, que são os nascidos de 1996 a 2010. E por que será que este público se conectou tão fortemente com os vídeos postados de forma recorrente no Instagram da até então participante?
A Geração Z é formada por nativos digitais, conectados com a internet e as redes sociais desde cedo. Muitos se consideram cronicamente online, pois entendem referências e memes difundidos no mundo virtual. A partir do momento em que alguém cria conteúdos pensados para esse universo, mas que também conversam com o que está sendo mostrado em outra mídia, gerando algo autêntico, chama a atenção e assim constrói conversas genuínas com essas pessoas. Isso cria uma conexão mais forte.
A verdade é que essa estratégia de marketing deu tão certo e foi tão assertiva com a proposta que, mesmo depois de cinco anos do “efeito Manu Gavassi” no BBB, muitos participantes, famosos e anônimos, continuam tentando - até o momento sem sucesso - replicar o seu grande feito.
Uma análise feita pelo InstitutoZ - braço de pesquisa da Trope, consultoria de Geração Z e Alpha - constatou que nos últimos 5 anos houve pelo menos uma tentativa de reproduzir o “efeito Manu” por edição, com exceção apenas de 2023. Os participantes que produziram conteúdo antes de entrar para postar conforme o jogo avançasse foram Camilla de Lucas e Carla Diaz (2021), Brunna Gonçalves (2022), Wanessa Camargo (2024), Vitória Strada + Mateus Pires e Vinícius + Aline (2025).
Ainda segundo a análise, outros participantes como Viih Tube (2021), Eliezer, Paulo André, Jade Picon e Eslovênia (2022), Gracyanne + Giovana (2025) deixaram conteúdos preparados com foco no anúncio da participação, mas não desenvolveram no decorrer do programa.
Independentemente de serem famosos ou anônimos, muitos participantes têm usado as redes sociais como aliadas para transformar a vida e rentabilizar fora do reality. Uma boa narrativa conectada com o programa torna essas pessoas marcantes, principalmente para marcas anunciantes.
A participante Kerline, do BBB 21, é um exemplo. Considerada por muitos a “primeira eliminada mais famosa do programa”, ela revelou que consegue faturar bastante em janeiro com publicidades relacionadas ao reality. Em 2024, Kerline faturou mais de 500 mil reais.
O Big Brother Brasil está imerso na creator economy, já que o programa não só movimenta a criação de empresas e geração de empregos, mas também consolida marcas e participantes no cenário digital. O fenômeno e a relevância cultural do BBB continuam sendo referência, sobretudo pelo uso estratégico das redes sociais, popularizado por participantes como Manu Gavassi.
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