A falta de regulamentação e fiscalização na internet deu às gigantes da tecnologia cada vez mais poder (Rodrigo Loureiro/Exame)
Isabela Rovaroto
Publicado em 13 de outubro de 2020 às 08h00.
No último mês, o lançamento do documentário “O Dilema das Redes” gerou repercussão maciça e dividiu opiniões entre críticos e especialistas ao redor do mundo. De um lado, os que defendem que as redes sociais são as responsáveis por termos uma sociedade adoecida e, do outro, os que chamam o filme de sensacionalista e alegam que bullying, propaganda e desinformação são problemas que vão além dessas plataformas. Esta, inclusive, é a opinião do próprio Facebook que decidiu se pronunciar em seu blog oficial e enumerou sete pontos que foram mal abordados e prejudicam a rede.
Seja qual for a sua opinião, é inegável que o filme levantou um debate importante. A falta de regulamentação e fiscalização na internet deu às gigantes da tecnologia cada vez mais poder. Agora, 20 anos depois, estamos literalmente correndo atrás do prejuízo e buscando soluções e alternativas para combater esses problemas da vida digital.
A batalha contra a desinformação e os algoritmos é uma delas. Pesquisas já disseram que as redes sociais são uma das principais fontes de informação da população, sobretudo Facebook, Google e Whatsapp. Mas em quantas delas podemos confiar de fato? A pergunta que fica é: se uma parte importante dos lucros das plataformas vem da oferta de anúncios (que têm notícias entre seus produtos), então, elas não deveriam se responsabilizar pelo conteúdo, promovendo o jornalismo responsável?
A boa notícia é que algumas delas já estão endereçando essa questão e criando soluções para combater as fake news e os discursos de ódio. O Twitter, por exemplo, implementou diversas medidas e políticas de conteúdo para reduzir os problemas gerados pelo compartilhamento de notícias falsas. Já o Google criou o Google News Showcase, que vai oferecer conteúdos diários escolhidos e editados por diversos veículos jornalísticos do Brasil.
Essa á uma batalha que está apenas começando. Ainda temos um grande desafio pela frente, mas ver o movimento das plataformas já é um bom ponto de partida.
*Sócios-diretores da FSB Comunicação
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