Projetos como a identidade da campanha Sou amigo da Fauna são exemplos da importância (Colírio/Divulgação)
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Publicado em 20 de julho de 2023 às 14h00.
Poucas vezes se liga o design a qualquer processo de transformação social. Nesta entrevista exclusiva ao bússola, Teresa Guarita Grynberg e Alexandre Grynberg, sócios da consultoria de design estratégico Colírio, apontam como esta característica vem sendo alterada no Brasil. A Colírio completa 18 anos em 2023 e tem o braço social como um de seus pilares.
Teresa e Alexandre tomam como exemplos recentes projetos impactantes da Colírio, um deles a campanha e a identidade visual do “Sou amigo da fauna”, que reuniu as ONGs Instituto Libio, Ampara Silvestre, Onçafari e SOS Pantanal, além das marcas Azul Linhas Aéreas e Socicam. O objetivo era reforçar a proteção ambiental e alertar para o tráfico de animais silvestres.
“A consultoria tinha como missão impactar e despertar as pessoas para um tema relevante, dando luz à pauta com um trabalho de design gráfico que representou os principais alvos do tráfico”, diz Teresa.
Outros exemplos de projetos da Colírio com o impacto social no centro são a Bicicoleta, uma bicicleta cargueira elétrica idealizada pela consultoria e testada pela ONG Pimp My Carroça para dar visibilidade aos principais agentes de reciclagem do Brasil, trocando as carroças por bicicletas elétricas, e o trabalho gráfico para a Tucca, associação sem fins lucrativos 100% dedicada a assistência multidisciplinar de excelência para crianças e adolescentes carentes com câncer.
“O trabalho de design estratégico faz as instituições serem mais bem compreendidas e reconhecidas, e então podem fazer ainda mais. É inevitável. A gente desperta esse olhar, abre essa conversa e procura caminhos para a transformação em cada trabalho. Todo tipo de transformação é importante, as de grande e as de pequeno impacto”, diz Alexandre.
Bússola: Como vocês entendem que o design pode fazer diferença?
Teresa: Decidimos que nossa forma de transformar seria pelo design. A gente começou esse processo pelo terceiro setor, atendendo ONGs e fundações, quando nem se falava em ESG. O trabalho de design estratégico faz essas instituições serem mais bem compreendidas e reconhecidas, e então podem fazer ainda mais.
Alexandre: Em inglês existe a expressão “by design”, quer dizer, algo feito de propósito, para solucionar alguma questão. Design pode ser aplicado a muitas coisas: se uma cidade quer despoluir um rio, precisa desenhar sua estratégia para resolver o problema. Tudo isso é design estratégico.
Bússola: E vocês entendem que as marcas estão comprometidas com a agenda ESG?
Teresa: É muito difícil um cliente recusar essa provocação, porque ele está sendo pressionado pelo seu consumidor, pelo conselho, pelo sócio, a fazer alguma coisa nesse sentido. É inevitável. A gente desperta esse olhar, abre essa conversa e procura caminhos para a transformação em cada trabalho. Todo tipo de transformação é importante, as de grande e as de pequeno impacto.
Bússola: A Colírio tem o Selo Empresa B – que são empresas que visam como modelo de negócio o desenvolvimento social e ambiental. Qual a importância da certificação para vocês?
Alexandre: Termos um compromisso com o equilíbrio entre propósito e lucro está no nosso DNA, no nosso jeito de viver. A gente se perguntou se precisava mesmo de um selo. Chegamos à conclusão de que o processo nos ajudaria a aperfeiçoar o que já fazíamos, a estabelecer modelos de trabalho, relatórios e checagens que não deixem você se esquecer de nada importante.
Ter a certificação Empresa B também nos obriga a checar se estamos fazendo o que deve ser feito. Não tivemos que trocar nenhum fornecedor, nenhum colaborador, mas incluímos novos controles, novos benefícios. É um esforço de foco e, também, financeiro. Qualquer cliente, qualquer job que entra aqui hoje, a gente provoca essa conversa.
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