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O boom surreal dos pet shops no e-commerce brasileiro

O segmento teve um crescimento de 92% no primeiro semestre de 2021, superando a marca geral do e-commerce no país

Duas coisas influenciam o momento de decisão de compra do consumidor: frete e forma de pagamento (AFP / Correspondente/Getty Images)

Duas coisas influenciam o momento de decisão de compra do consumidor: frete e forma de pagamento (AFP / Correspondente/Getty Images)

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Publicado em 20 de julho de 2021 às 10h58.

Última atualização em 20 de julho de 2021 às 11h00.

Por Andrea Fernandes*

Olhe para o céu agora – mesmo que esteja lendo esse texto de noite. Você consegue me dizer se vai chover nas próximas horas? Talvez sim… E nos próximos dias?

E o dólar? Vai recuar ao patamar dos três reais ou volta a se aproximar dos seis? Será que o novo normal é a moeda americana 5x1 contra o real? Será que alguém tem certeza absoluta do que vai acontecer nos próximos meses?

Previsões, de modo geral, são muito complicadas, mas isso não quer dizer que você não precise estar preparado – para isso existem os guarda-chuvas ou leilões de moeda do Banco Central.

Na minha última coluna, falei sobre como o segundo semestre de 2021 deve ser o maior do e-commerce brasileiro na história, e prometi mostrar alguns dados mais aprofundados sobre os primeiros seis meses do ano.

Assim que recebi os dados da Neotrust, uma informação específica me chamou a atenção logo de cara — o crescimento da categoria de pet shops nesta primeira metade do ano. Comparando o primeiro semestre de 2020 com o primeiro de 2021, o crescimento de pedidos no segmento é de 92%. Para comparação, o e-commerce brasileiro, no geral, cresceu 21%. A diferença é surreal.

Ainda com bons números, também encabeçam a lista de crescimento exponencial no número de pedidos digitais, as categorias de Saúde (77%), Alimentos e Bebidas (76%) e Artigos para Bebês (68%).

Em valor de vendas, a categoria de Pet Shops também superou (e muito) o crescimento macro do mercado. O segmento voltado aos bichinhos faturou 80% a mais neste primeiro semestre de 2021 se comparado ao mesmo período no ano passado. O e-commerce brasileiro teve um incremento de 38% nesse mesmo período.

Alguém realmente poderia prever esses números? Calma que ainda tem mais.

Quer adivinhar qual categoria mais faturou nos primeiros seis meses do ano no Brasil digital?

Vou dar um tempinho pra pensar.

3…

2…

1…

Telefonia, pelo ticket bem mais alto, foi o segmento que mais faturou. Foram R$ 15,5 bilhões em vendas no primeiro semestre. Em seguida, Eletrodomésticos (R$ 10 bi) e Informática (R$ 8,4 bi).

Já em número de pedidos, o pódio é ocupado por outras três categorias, com ticket médio muito mais baixo. São elas: Moda e Acessórios, com 28,7 milhões de pedidos, seguido por Beleza e Perfumaria (16,3 milhões de pedidos) e Saúde (9,6 milhões).

O interessante é que esses três segmentos eram muito fortes no varejo físico, e muitas vezes, não eram acessados por consumidores digitais por conta do pós-venda. Escolhas de roupas pela internet deixaram de ser resistência com a otimização de eventuais trocas e devoluções.

Trocas e devoluções, inclusive, que são especialidade da Aftersale, empresa que faz parte do T. Group. Pedi para eles alguns dados que contribuíssem para essa conversa. Só neste primeiro semestre, foram quase 362 mil trocas e devoluções pela plataforma deles, que geraram um incremento no ticket médio em 44,41% para as empresas a partir de vale-troca, créditos, e vale-compras. Uma informação interessante é que o número de trocas é quase o dobro do número de devoluções — ou seja, o brasileiro está disposto a trocar um produto caso venha um tamanho errado, por exemplo.

Outras duas coisas influenciam bastante no momento de decisão de compra do consumidor: frete e forma de pagamento.

O valor médio do frete diminuiu consideravelmente, em 24%, quando comparados os primeiros semestres de 2020 e 2021. Em 2020, se gastava, em média, R$ 11,18 para o envio das compras e neste ano, o valor foi para R$ 8,55.

Sobre forma de pagamento, mais pessoas estão comprando com Pix, mas ainda há muito terreno para conquistar. 70% de todas as compras digitais do semestre foram através do cartão de crédito, 21% com boleto e 4% com Pix. Outras formas de pagamento também somam 4%.

E você, que está lendo, o que pode fazer com isso? Se preparar para os próximos meses. Não tente adivinhar na mosca qual segmento vai decolar ou o que vai perder consumidores com a reabertura do comércio pós-vacina. Esteja preparado para todos os cenários, erre pequeno e acerte grande. E conte comigo para qualquer coisa!

*Andrea Fernandes é CEO do T.Group

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