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No one will be left behind

A partir de uma mesma frase usada por Xi Jinping e Paulo Guedes, analista político compara diferenças e semelhanças entre o líder chinês e o ministro da Economia brasileiro

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Adriano Machado/Reuters)

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Adriano Machado/Reuters)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 18h44.

Em 2017, episódio do documentário “China, time of Xi” mostrou o presidente chinês Xi Jinping discursando para seus conterrâneos e explicando sua política de assistência social, garantindo que partido e o governo estariam ao lado do povo, no país chamado comunista. “No one will be left behind”, verteu uma frase de Xi ao inglês a CGTN, veículo oficial.

Em 2020, o ministro da Economia Paulo Guedes cunhou a frase “Ninguém será deixado para trás” ao assegurar que o governo prestaria toda assistência social e econômica aos milhões de brasileiros afetados pela pandemia da Covid-19. Guedes é um liberal da escola de Chicago.

As frases são iguais em sentido, em línguas diferentes. Xi falou em mandarim, com legendas para o inglês pela emissora oficial. Guedes em português, mas a tradução para o inglês será a mesma. Homens diferentes, visões de mundo inconciliáveis, regimes políticos opostos, conceitos econômicos divergentes… será?

Guedes deixou Hayek por uns dias e abraçou a servidão humana do Estado para cuidar dos brasileiros. Abriu seus empoeirados livros de Lorde Keynes, em inglês, junto com os cofres públicos. O vertedouro de auxílio na emergência jogou o déficit pra sete vezes o previsto.

A grande diferença entre Xi e Paulo Guedes é que o primeiro está num país que anunciou esta semana que venceu a pobreza extrema. Já o Brasil ainda tem muita pobreza para vencer antes de sonhar com um anúncio destes.

*Analista político da FSB Comunicação

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