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Nem pagode, nem sertanejo: pisadinha faz o Brasil dançar na pandemia

Em 2020 o ritmo derivado do forró veio com força; em 2021, chegou ao pódio do streaming musical brasileiro

Ápice veio quando Neymar chegou ao estádio Parque dos Príncipes ao som da banda, em partida do Paris-Saint Germain contra o Olympique de Marselha. (Hannah Carvalho/Divulgação)

Ápice veio quando Neymar chegou ao estádio Parque dos Príncipes ao som da banda, em partida do Paris-Saint Germain contra o Olympique de Marselha. (Hannah Carvalho/Divulgação)

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Publicado em 22 de janeiro de 2022 às 09h00.

Por Danilo Vicente*

Em 2020, o Brasil se encantou pela pisadinha, um ritmo derivado do forró. Com o país confinado pela covid-19, as plataformas de streaming musical divulgaram seus rankings de artistas com a dupla Os Barões da Pisadinha entre os primeiros colocados. Surpresa em uma lista quase sempre dominada por sertanejo e pagode.

Eis que o Ecad, organismo brasileiro que controla a arrecadação de direitos autorais, acaba de divulgar o balanço do segundo ano de pandemia, 2021. A pisadinha não só se manteve em alta, como chegou ao topo do pódio das músicas mais tocadas com “Ele é Ele, Eu Sou Eu”, dos próprios Barões, agora em parceria com Wesley Safadão.

Com estilo dançante e letras sobre amor, traição e curtição, além do forte uso de teclado e sintetizadores eletrônicos, a pisadinha surgiu no nordeste brasileiro em 2004 e se espalhou pelos quatro cantos do país nos últimos dois anos com ajuda das redes sociais e seus influenciadores.

As músicas foram trilhas de dancinhas no TikTok e de memes. O ápice veio quando Neymar chegou ao estádio Parque dos Príncipes ao som da banda, em partida do Paris-Saint Germain contra o Olympique de Marselha.

Os irmãos Rodrigo e Felipe Barão, os Barões da Pisadinha, são disparadamente o maior sucesso do ritmo. Mas Zé Vaqueiro, Eric Land, Biu do Piseiro e Vitor Fernandes são outros dos tantos nomes que povoam as rádios e o streaming nacionais.

Com todas essas credenciais, a publicidade não poderia deixar passar batido, com o perdão do trocadilho. Samsung e McDonald’s aproveitaram o “boom” do ritmo e lançaram campanhas cuja trilha sonora era a pisadinha.

Já o iFood reforçou sua expansão lançando uma música com Os Barões. “Com a união dos novos embaixadores da marca, o irreverente Gil do Vigor (participante do clipe musical) e a dupla Os Barões da Pisadinha, conseguimos retratar a essência do brasileiro”, disse Vivian Jung, head de branding da companhia, no lançamento de uma canção “Tipo iFood”, em junho do ano passado.

Em um país que já teve épocas de lambada, maxixe, partido alto e xaxado, a pisadinha entra em 2022 com a missão de se consolidar... ou ficar eternamente conhecida como o ritmo que fez o Brasil dançar entre os sofás em meio à pandemia.

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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