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Nelcina Tropardi: Uma nova publicidade para um mundo em transformação

O mundo está mudando, e com isso, a publicidade deve se adaptar à era da informação e transparência

O mercado publicitário está se adaptando a um novo mundo (Bússola/Reprodução)

O mercado publicitário está se adaptando a um novo mundo (Bússola/Reprodução)

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Publicado em 4 de abril de 2023 às 09h40.

Quem costuma frequentar eventos de tecnologia e inovação já deve estar cansado de ouvir que “o mundo mudou”. Em geral, a afirmação vem seguida de dados e estatísticas para demonstrar que vivemos em uma sociedade hiperconectada, onde tudo é instantâneo, as informações são superficiais e as pessoas estão superexpostas – muitas vezes por iniciativa própria. Passamos da era da informação à era da transparência. A conversa normalmente continua com previsões que nem sempre se concretizam, mas também com uma recomendação clara, objetiva e pertinente: se o mundo mudou de fato, os negócios precisam acompanhar essa mudança. Com o mercado publicitário não é diferente.

Diante desse contexto, a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) vem se articulando há alguns anos para mobilizar o setor na direção das mudanças que se impõem. Em novembro de 2021, lançamos o nosso “Guia de Melhores Práticas ao Mercado Publicitário”, fruto de intenso diálogo com mais de 80 altas lideranças de anunciantes, veículos, agências e plataformas digitais. O documento registra nossas cinco bandeiras em defesa de uma publicidade livre, pujante, transparente, ética e responsável: 1. compromisso com a transparência e livre negociação; 2. não-obrigatoriedade de certificações e/ou tabelas fixas de desconto; 3. valorização à segurança das marcas e ao combate às fraudes; 4. garantia de mídia visível, confiável e amigável ao consumidor, e 5. valorização de auditoria e medição do mercado.

Nosso entendimento acerca da importância da autorregulamentação do setor também nos reaproximou do Cenp (Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário), cuja nova gestão se mostrou sensível e alinhada aos nossos propósitos contidos no “Guia”. Juntos, evoluímos para a assinatura um MoU (Memorando de Entendimento) entre as entidades, fixando todos os nossos pontos de concordância, o que deu início às discussões sobre o novo estatuto do Cenp. Assim, começou a nascer um novo Cenp, com uma governança clara e equilibrada, focada nas melhores práticas do setor e defesa da liberdade, transparência e qualidade. Ou seja, tudo o que a ABA sempre defendeu e apoiou. Ao reconhecer o Cenp como a entidade das entidades, a ABA, a mais tradicional e representativa casa dos anunciantes brasileiros, comunicou ao mercado, no último dia 30 de março, sua filiação ao colegiado.

Agora é a hora de evoluir e transformar o setor, em linha com as melhores práticas globais, sempre respeitando os interesses e demandas de todos os segmentos da Comunicação do Marketing e da Publicidade. Na era da transparência, temos a convicção de que um mercado publicitário livre, pujante,

transparente, ético e responsável trará benefícios não apenas para anunciantes, agências, veículos e consumidores, mas para a sociedade de um modo geral.

*Nelcina Tropardi é presidente da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) e diretora feral de Jurídico, Relações Governamentais, ESG e Compliance da Dasa

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