O investimento na startup está alinhado à vertical estratégica de Regeneração e Circularidade do Natura Ventures (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
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Publicado em 24 de julho de 2025 às 10h28.
O Natura Ventures, fundo de Corporate Venture Capital (CVC) da Natura, gerido pela VOX Capital, passa a contar com a Mango Materials em seu portfólio.
A startup norte-americana criou uma solução que captura biometano para a produção de Poli-hidroxiácidos (PHA), um biopolímero de fonte renovável e biodegradável capaz de substituir plásticos convencionais a partir de combustível fóssil.
Para a multinacional brasileira de cosméticos, a chegada da Mango ao portfólio o fundo CVC simboliza um passo passo importante em estratégia para a criação de um futuro regenerativo.
“A Mango Materials une ciência de ponta, escalabilidade e impacto positivo, uma combinação rara e poderosa. Ao transferi-la para o portfólio do fundo, reforçamos nosso compromisso com teses que antecipam o futuro do setor e com potencial de retorno consistente para o negócio”, diz Cecília Ribeiro, diretora de Novos Negócios e Inovação Aberta da Natura.
O investimento na startup está alinhado à vertical estratégica de Regeneração e Circularidade do Natura Ventures, que busca soluções de alto impacto para reimaginar cadeias produtivas, ampliar o ciclo de vida dos materiais e gerar valor positivo para pessoas, comunidades e o planeta.
A parceria representa um grande potencial para a estratégia de biomateriais da Natura, alinhado ao compromisso de reduzir o impacto ambiental e buscar alternativas ao plástico tradicional. À medida que a produção desses novos materiais ganhe escala e volume, o objetivo é que os custos se tornem mais acessíveis, contribuindo para que a Natura acelere a substituição do plástico convencional de fonte fóssil das embalagens.
“Acreditamos que os materiais do futuro devem não apenas minimizar impactos, mas reverter danos. Nossa tecnologia nasceu com esse propósito: transformar resíduos problemáticos em soluções regenerativas. Ver essa visão ganhar escala com parceiros como a Natura é um passo importante rumo a um futuro mais sustentável e colaborativo”, afirma Molly Morse, CEO e cofundadora da Mango Materials.
A startup recebeu investimentos da Natura em 2020, quando a Mango colaborou com a marca no lançamento da linha Biome. A parceria entre as companhias, no entanto, começou dois anos antes, em 2018, quando o time de Pesquisa e Desenvolvimento da Natura já havia identificado o potencial disruptivo da tecnologia criada pela startup para substituir plásticos convencionais e a reduzir o impacto ambiental de seus produtos.
Com a transferência da gestão da Mango para o Natura Ventures, o ativo passa a compor a estratégia do fundo, refletindo uma reclassificação do investimento já existente pela Natura. Essa movimentação reforça o posicionamento estratégico do CVC, amplia os mecanismos de governança sobre o portfólio e contribui para diversificar a atuação do fundo.
A Natura utilizou a tecnologia em um acessório de Biome, marca de produtos em barra, 100% naturais e livre de plástico, lançada em 2021. O biopolímero PHA da startup é produzido a partir da captura de biometano – gás até 20 vezes mais nocivo ao clima do que o CO2 – gerado na decomposição de resíduos orgânicos em estações de tratamento de água. A partir de biotecnologia, o metano é convertido em pellets biodegradáveis, aplicáveis em embalagens cosméticas, fibras têxteis e outros usos.
“Nossa visão vai além de "causar menos impacto". Queremos gerar impacto positivo. Mas o desafio socioambiental é complexo e para isso precisamos nos conectar com as melhores ideias e soluções. Desde que conhecemos a Mango Materials, enxergamos o potencial da sua tecnologia em reprojetar cadeias produtivas inteiras, não apenas como uma alternativa ao plástico, mas como uma forma de dar novo propósito a resíduos”, conclui Rômulo Zamberlan, diretor de Pesquisa Avançada da Natura.
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