(pixdeluxe/Getty Images)
Colunista Bússola
Publicado em 30 de abril de 2025 às 13h00.
O marketing de luxo morreu e no seu lugar nasceu algo muito mais poderoso. A Era da Aura chegou, silenciosa, profunda e inevitável. Durante décadas, ostentar era simples: bastava uma logomarca gigante no peito, um carro importado na garagem e um relógio reluzente no pulso. Quanto mais explícita a demonstração de riqueza, maior o status. O marketing de luxo vendia comparação: quem tinha mais, valia mais. Mas o tempo passou e esgotamento emocional, a pandemia global, o colapso da saúde mental e a ascensão do consumo consciente mudaram para sempre o mapa dos desejos humanos.
Hoje, a verdadeira ostentação é silenciosa e o novo símbolo de status é invisível. Estamos vivendo o auge do movimento quiet luxury, onde o luxo não precisa mais gritar com logos e etiquetas. Ele se revela no conforto, na liberdade, na qualidade que se sente, mas não se exibe.
O marketing do wellness explodiu porque o bem-estar se tornou o ativo mais cobiçado da nova elite emocional e o consumidor de 2025 não quer mais comprar para ser melhor do que o outro. Ele quer comprar para participar de algo maior do que ele.
O consumo deixou de ser comparativo para se tornar personalíssimo. Hoje, não é sobre mostrar o que se tem, é sobre refletir quem você é. Marcas que ainda tentam vender status vazio estão falando para um público que simplesmente não existe mais.
O novo consumidor não quer ostentar. Ele quer vibrar, pertencer a um movimento, uma causa, uma energia maior e isso muda tudo no marketing. Não basta mais vender produtos caros, é preciso vender uma história que emociona, vender um propósito que inspira, vender uma experiência que transforma.
Se antes eu comprava para ser visto, hoje eu compro para me sentir inteiro. Se antes eu queria superar o outro, hoje eu quero superar a mim mesmo.
O quiet luxury venceu a ostentação ruidosa e consumo consciente venceu o consumo vazio. Isso não significa que o luxo vai acabar. Significa que o verdadeiro luxo precisa de um “porquê” mais forte.
Marcas que não entenderem essa transição continuarão vendendo produtos para um mercado em extinção e marcas que internalizarem essa nova consciência construirão verdadeiros legados.
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