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Não é só sobre transformação digital. É sobre pentabytes de misericórdia

O futuro depende dos tropeços e desconfortos no caminho, para que o time usufrua do processo estratégico e metodológico do crescimento

 (Westend61/Getty Images)

(Westend61/Getty Images)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 23 de março de 2021 às 21h07.

Última atualização em 24 de março de 2021 às 07h38.

A transformação digital não é um supercomputador. Não é um chip ou um smartphone. Um sistema de ERP conectando uma empresa? Nada. Um projeto de open innovation? Também não. Não só. É mais. É uma estrada de conhecimento com isso tudo, mas que só faz sentido se tiver uma boa parcela de gente andando por ela. E não só andando. Entendendo motivos para estar ali e os porquês de assim o ser.

Sou uma novata no tema, que entrou na minha vida em 2016, na primeira vez que fiz uma imersão bacana no Vale do Silício e fiquei um ano hipnotizada pelo que vi por lá, especialmente, na Singularity University. E voltei. E voltei. De lá para cá eu aprendi rolos de coisas sobre o tema e continuo muito básica, mesmo porque isso é para gente genial, e eu sou uma eterna “foca”, com muito orgulho.

Essa conversa de transformação digital está fervendo dentro da FSB desde que contratamos a TDS, em outubro passado, com o cientista chefe Silvio Meira, para nos ajudar a olhar nossa empresa e nosso negócio para daqui a um par de décadas. Faz cinco meses que a jornada é pancadaria no intelecto todo dia. Invade a nossa rotina amassada entre o tempo das entregas para o cliente (esse presente tão passado e tão futuro como Silvio mesmo diz) mas marca a ferro e o fogo nossa vida.

E hoje me vi avaliando esse processo porque dei de cara com as 500 páginas da bíblia futurista de Amy Webb. Lançada no SXSW virtual há poucos dias, a 14ª edição do esperado “bookão” acelera aquela agonia chamada FOMO (Fear Of Missing Out). Webb dá uma lavada potente de informação que vai de 5G a blockchain, passando por todos os temas que nos impactam agora e já ali na frente: privacidade, robótica, cultura, trabalho... vixi. É coisa viu...

Respire. Antes que você tenha que ler tudo, já na semana que vem a gente publica aqui mesmo na Bússola uma nossa leitura particular sobre os pontos que ela aborda. Enquanto isso, fica aqui como teaser uma frase que me fez escrever o primeiro parágrafo deste artigo e foi dita pela Amy Webb durante o lançamento do “2021 Tech Trends Report”. Disse ela: “Empresas, vocês precisam abrir lugar para a ambiguidade e rastrear sinais o tempo todo. Precisam desenvolver modelos que mostrem desdobramentos das suas decisões”.

 

E digo eu, com toda a humildade: empresas, saibam que nada vai acontecer com essas informações, suas ambiguidades e seus processos de transformação digital se o seu time não tiver usufruído das agonias do caminho, do processo estratégico e metodológico que ele nos leva a olhar.

Chegar na solução não é, nem de perto, a parte mais resolutiva ou essencial. Entender cada pisada, tropeçada, agonia, desconforto e insônia do caminho é que vai fazer seu negócio prospectar futuros imprescindíveis para seus negócios. E, claro, um sabor especial para nós, os profissionais enfiados nesse planeta no limite do sequestro do patógeno.

Não temos saída, nesse cenário de impacto brutal em todas as áreas. Ou você acha o código que precisa para continuar ou alguém se codifica (ou te codifica) antes. E para isso você precisa estar e se achar nessa estrada. Mas não esqueça, ali é necessário um olhar de misericórdia e de compaixão como um parceiro legítimo e necessário dos pentabytes e de AI. São os tempos de agora que exigem. Sigamos.

*Rizzo Miranda é sócia-diretora Digital&Inovação da FSB Comunicação.

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