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Na Toyota, influenciadores florescem dentro de casa

Gerente de comunicação da montadora fala sobre rede de profissionais que atuam como agentes comunicadores em defesa da marca

Cerejeiras em flor no Japão (/Issei Kato/Reuters)

Cerejeiras em flor no Japão (/Issei Kato/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2021 às 16h22.

Última atualização em 22 de abril de 2021 às 18h52.

Apreciada na cultura do oriental, a cerejeira, conhecida como sakura, representa as emoções, a transição e o valor do tempo. A árvore tem um curto – e lindo! – período de florescimento. Na Toyota, os profissionais considerados influenciadores são chamados Sakuras pois contribuem para acelerar a circulação de importantes informações na organização em seu processo de transformação digital.

E põe transformação aí. A marca, que surgiu para fabricar teares, é hoje uma gigante do setor automotivo, mas inclina seu olhar para ser uma referência em soluções de mobilidade, quando o mundo debate mudanças climáticas, o fim do reinado do carro individual e o apagar da era de ouro dos combustíveis fósseis. Afinal, estamos em 2021!

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Daniela Bittencourt, gerente de comunicação da Toyota, da área de Comunicação e Sustentabilidade da fabricante no Brasil, América Latina e Caribe, conta que o grupo de profissionais Sakuras é estratégico para o negócio e atuam como agentes comunicadores.

“Estamos em um processo cultural que busca criar relações mais horizontais, com mais espaços de diálogo. Os Sakuras são profissionais extremamente engajados e estão na linha de produção, na gerência ou diretoria. Compartilhamos com eles o calendário de forma antecipada, mantemos encontros regulares e eles são ao apoio dos colegas com dúvidas, sugestões”, explica. Ser um Sakura é uma atividade voluntária na Toyota. Não há hierarquia no programa.

O benefício de engajar o time no propósito da marca é mútuo e retroalimenta o negócio. Os colaboradores sentem orgulho e pertencimento, defendem aquilo que produzem e sabem que, ao se posicionarem em defesa da organização, estão defendendo o próprio trabalho e a alegria de ser parte de um grupo que compartilha valores. Para a empresa, valorizar o profissional nesse processo e criar condições favoráveis para que a conexão aconteça de forma legítima, natural como o florescer da cerejeira, é contribuir para a força da marca.

Com o objetivo de criar um repertório que extrapole as fronteiras do ambiente interno da organização, a Toyota, que hoje conta com cerca de 5.500 profissionais, busca no engajamento do seu público uma parceria que tem o potencial promover e mostrar o negócio pelos olhos e pelas vozes de quem está produzindo e levando o produto aos clientes. A ideia que orienta o programa é manter conversas de qualidade, o tempo todo.

“É bacana termos esse fluxo, que começa com a comunicação dentro de casa, mas os próprios colaboradores são formadores de opinião, são pessoas que estão ali para proteger e promover a marca, seja no almoço de domingo ou nas redes sociais”, avalia Bittencourt.

E as marcas que não valorizam esse potencial em suas estratégias de comunicação interna? Essas ficam expostas ao acaso das discussões que permeiam não só os corredores físicos ou virtuais da empresa, mas que também circulam de forma dispersa e sem propósito em comunidades fora do contexto organizacional.

Para o futuro, a Toyota enxerga cada vez mais a dissolução da fronteira entre o interno e externo organização  – o conceito de carne & pedra que tratamos aqui na última coluna. “Ninguém se engaja no que não conhece. A Toyota trabalha em rede, troca informação não só pro público interno, como para parceiros e fornecedores”, conclui Daniela.

Coloridas e belas como as cerejeiras, assim são a coragem e a inovação na comunicação interna.

* Rachel Mello é diretora de planejamento da FSB Comunicação e Bia Magalhães é coordenadora de comunicação interna da FSB

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