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Mulheres estão mais preocupadas com a economia do que os homens

Das mulheres brasileiras, 68% avaliam o atual momento da economia como “ruim” ou “péssimo”

Grau de redução de gastos domésticos também é maior entre o público feminino, em comparação com o masculino (Cesar Okada/Getty Images)

Grau de redução de gastos domésticos também é maior entre o público feminino, em comparação com o masculino (Cesar Okada/Getty Images)

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Publicado em 25 de abril de 2022 às 16h30.

Última atualização em 25 de abril de 2022 às 17h27.

Por André Jácomo*

Há muitos anos a expressão “chefe de família” deixou de ter uma conotação masculina. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a quantidade de mulheres responsáveis por bancar os domicílios brasileiros cresce a cada ano. E atualmente, quase metade dos lares brasileiros é sustentada por mulheres. São mais de 34 milhões de domicílios onde a única ou maior parte da renda vem das mulheres.

E em um contexto de grave crise econômica, sobretudo com a inflação e o custo de vida corroendo o poder de compra dos brasileiros, a situação das mulheres frente à crise parece ser de maior cautela e pessimismo do que a dos homens.

Nessa semana, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um estudo feito pelo Instituto FSB Pesquisa com uma amostra representativa da opinião pública brasileira, que mostra que as mulheres percebem com maior gravidade o atual momento da economia do país. De acordo com a pesquisa, 68% das mulheres brasileiras avaliam o atual momento da economia como “ruim” ou “péssimo”. Esse percentual é de 59% entre os homens.

E o pessimismo já se reflete no apetite para o consumo. De acordo com a mesma pesquisa realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, o grau de redução de gastos domésticos também é maior entre o público feminino, em comparação com o masculino, sendo que prospectivamente, para os próximos seis meses, quase metade das mulheres (43%) afirmam que ainda devem reduzir mais os gastos familiares. Apenas 35% dos homens pretendem diminuir os gastos.

Para completar, também há mais mulheres com medo de perder seus empregos do que homens: 42% delas afirmam ter um medo “grande ou muito grande” em comparação com 37% deles.

Diante disso tudo cabe ressaltar que as pesquisas que mensuraram recentemente a popularidade presidencial mostram que a avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro tende a ser pior também entre as mulheres na comparação com os homens. E a economia tem tudo para ser uma das principais explicações.

*André Jácomo é diretor do Instituto FSB Pesquisa

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.

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