Consumo de GNV registrou um crescimento de 16,1% no primeiro semestre deste ano (foto/Quatro Rodas)
Bússola
Publicado em 1 de outubro de 2021 às 11h52.
Última atualização em 2 de outubro de 2021 às 11h20.
A alta nos preços dos combustíveis está fazendo taxistas e motoristas de aplicativos a procurarem alternativas na hora de abastecer para economizar e ter uma melhor rentabilidade no fim do mês. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do último dia 15, o preço médio da gasolina subiu 2,85% entre agosto e setembro, elevando o acúmulo deste ano a 33,37%. O resultado desse aumento pode ser visto nas bombas com valores de aproximadamente R$ 6 o litro.
Diante disso, o uso do GNV (gás natural veicular) tornou-se uma opção mais viável na rotina de muitos motoristas. A economia pode chegar até 60% no gasto mensal com combustível utilizado para trabalhar, como no caso do taxista José Roberto Silvestre, que atua há 28 anos na profissão e percorre cerca de 200 km por dia, totalizando no mês, aproximadamente 4.500 km.
“Em 2000 fiz a conversão do meu primeiro carro para o GNV e desde então sigo fiel a esse combustível. Já troquei de carro, mas sempre opto por ter o kit gás instalado. Minha economia é grande, já que chego a rodar, em média, 14 km por metro cúbico de GNV dentro da cidade. E quanto ao desempenho, não tenho o que reclamar”, afirma o taxista que atua na capital paulista.
Além da economia financeira, os veículos movidos a gás natural possuem outras vantagens, como explica o gerente de Comércio e GNV da Comgás, Guilherme Santana.
“Em média, a cada mil quilômetros, o motorista chega a economizar entre R$ 300 a R$ 350 por mês. Além do preço, o GNV possui outras vantagens como o menor risco de sofrer adulteração, já que ele é distribuído por tubulação”, diz.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), o consumo de GNV registrou um crescimento de 16,1% no primeiro semestre deste ano, na comparação com mesmo período de 2020, refletindo uma recuperação com a gradativa redução de medidas de restrição para conter a pandemia.
A partir de indicadores já consolidados por algumas distribuidoras de gás canalizado de outros estados — inclusive na comparação com o período pré-pandemia — a alta nos preços dos combustíveis líquidos é um fator que vem despertando crescimento nos últimos meses, segundo a Abegás.
Em Santa Catarina, por exemplo, de acordo com a SCGÁS, a frota de 112 mil usuários registrou em agosto do ano passado um consumo 1,65% superior aos dados do mesmo mês de 2019, antes da pandemia. Em Pernambuco, a Copergas obteve em julho o maior consumo de GNV de sua história, com 34,4% em relação ao mesmo período de 2019.
“O GNV rende muito mais e é muito mais econômico que os combustíveis líquidos. Um metro cúbico pode render mais de 13,2 quilômetros, enquanto com gasolina, o rendimento é de 10,7 quilômetros e com etanol, apenas 7,5 quilômetros”, declara o gerente técnico da Abegás, Gustavo Galiazzi.
Um levantamento da Abegás mostra que, em São Paulo, com base em pesquisa de preços realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o quilômetro rodado com GNV custa em média R$ 0,25, enquanto com gasolina esse valor pode chegar a R$ 0,53 e com etanol, até R$ 0,58
Segundo Galiazzi, justamente por ser mais econômico, o GNV tem a possibilidade de permitir que muita gente possa ter renda e emprego, principalmente para quem usa o carro para trabalhar como os motoristas de aplicativos ou com serviço de delivery.
“Essa economia faz toda a diferença no final do mês. O GNV está sendo fundamental para esse momento de retomada da economia brasileira”, diz o executivo da Abegás.
A conversão para o GNV pode ser feita em qualquer veículo a etanol ou gasolina e o custo médio, em São Paulo, é de R$ 4.500,00. No caso de taxistas e motoristas de aplicativos, que chegam a rodar uma média de três mil km por mês, o retorno do investimento pode vir em menos de quatro meses. Para fazer a conversão do combustível do carro para GNV, a Comgás orienta que os motoristas procurem uma oficina homologada pelo Inmetro.
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