A nova liderança precisa saber influenciar (Vladimir Vladimirov/Getty Images)
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Publicado em 7 de março de 2025 às 15h00.
Durante décadas, acreditamos que liderança era sobre controle, comando e experiência técnica, mas os tempos são outros. Em um mundo onde pertencimento e motivação movem resultados, essa fórmula não funciona mais.
Quem nunca trabalhou com um especialista brilhante mas incapaz de engajar? Ou com um líder que transformava o ambiente, mesmo sem ser o maior expert da área? E qual foi o resultado em cada um dos casos?
A nova liderança precisa saber influenciar. A nova geração quer propósito, troca, reconhecimento e quem não entender isso pode até manter a engrenagem rodando, mas jamais terá um time verdadeiramente comprometido. As empresas que prosperam são aquelas que contam com líderes que dominam habilidades socioemocionais, capazes de criar um ambiente de inovação, engajamento, produtividade e alta performance.
E os números provam isso. Segundo o relatório “State of the Global Workplace” da Gallup, empresas com líderes emocionalmente inteligentes e que investem no bem-estar dos funcionários registram entre 18% e 43% menos rotatividade e 21% mais produtividade. No entanto, apesar da importância crescente das soft skills, muitos profissionais ainda subestimam ou negligenciam seu desenvolvimento.
O Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Fundação Dom Cabral, apontou, em seu relatório "Future of Jobs", que inteligência emocional, pensamento crítico e comunicação eficaz estão entre as habilidades mais valiosas para os líderes do futuro. Já um estudo da McKinsey revelou que as empresas que promovem liderança baseada em empatia e conexão aumentam a colaboração e a criatividade, fatores essenciais para a inovação.
As equipes estão mais exigentes e esperam que gestores saibam ouvir, dar suporte e criar um ambiente de confiança. Mas se essas habilidades são tão fundamentais, por que tantos líderes ainda falham nelas?
A resposta está na forma como nosso cérebro processa emoções e relacionamentos. Estudos em neurociência mostram que a empatia e a inteligência emocional ativam circuitos neurais ligados à tomada de decisão, à motivação e ao engajamento social. Líderes que interpretam emoções e ajustam sua comunicação criam laços mais fortes e um ambiente de trabalho mais saudável.
Além disso, pesquisas da psicologia positiva comprovam que o cérebro opera melhor em estados de segurança e pertencimento, enquanto o estresse crônico inibe a criatividade, a inovação e a capacidade de resolver problemas. Quando um líder inspira confiança e promove um ambiente de bem-estar psicológico, não apenas melhora a produtividade, mas fortalece o senso de equipe e comprometimento.
Outro ponto relevante é o impacto da plasticidade neural. O cérebro humano é moldado pelas experiências, o que significa que habilidades socioemocionais podem ser desenvolvidas e aprimoradas ao longo da vida. Isso reforça o ponto de que a inteligência emocional não é um traço fixo, mas uma competência treinável e essencial para a liderança.
Se você quer ser um líder relevante e preparado para os desafios do futuro, precisa ir além das habilidades técnicas e desenvolver suas soft skills. Aqui estão algumas estratégias que considero essenciais para fortalecer essas competências:
As perguntas que ficam são: Você está liderando para ser seguido ou apenas obedecido? Está preparado para ser o tipo de líder que o futuro exige? Se a resposta não for um “sim” absoluto, talvez seja hora de reavaliar sua liderança para poder crescer junto com as mudanças de um mundo em constante transformação.
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