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MindFlow: como planejar 2026 para crescer, não apenas sobreviver

A ciência mostra como o cérebro sabota crescimento em cenários incertos e por que ter uma perspectiva externa faz diferença na hora de planejar

 (Morsa Images/Getty Images)

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Publicado em 10 de novembro de 2025 às 15h00.

Por Cecilia Ivanisk, fundadora da Learn to Fly.

Você já começou a desenhar o planejamento de 2026? Seja para sua carreira, sua empresa ou a área que coordena, faça este teste. Abra o documento e conte quantas vezes aparecem palavras como cortar, reduzir, proteger. Agora conte quantas vezes aparecem palavras como construir, desenvolver, aprender, avançar.

Se notar que está pensando mais em se proteger do que em construir, saiba que pode estar limitando o que considera possível antes mesmo de tentar. A diferença entre uma postura e outra diz muito sobre como seu cérebro está processando o cenário futuro.

O cérebro em cenários de incerteza

A neurociência explica esse mecanismo: quando o córtex pré-frontal, responsável pelo planejamento e análise de consequências, se depara com cenários de incerteza, ele tende a priorizar a segurança imediata sobre oportunidades futuras.

É o cérebro fazendo seu trabalho de nos proteger.

O problema é que nem empresas, nem carreiras e nem projetos crescem apenas no modo defensivo. Crescimento sustentável exige um equilíbrio entre proteger o que existe e construir o que virá. E é exatamente aqui que a ciência oferece insights valiosos para nós.

A importância do viés positivo

Pesquisas em psicologia positiva mostram que pessoas e organizações guiadas por um viés para o positivo, focadas em encorajamento e apoio ao invés de apenas crítica e desaprovação, conseguem manter-se mais engajadas mesmo em períodos desafiadores.

Não se trata de negar dificuldades ou adotar um otimismo ingênuo, mas de direcionar energia e recursos para o que pode ser construído, não apenas para o que deve ser evitado.

Estudos mostram que registrar diariamente pequenas vitórias e aprendizados reforça a percepção de evolução e ativa o sistema de recompensa cerebral, estimulando a liberação de dopamina, neurotransmissor ligado à motivação e ao prazer.

Quando aplicado ao planejamento de projetos, isso significa que a busca por pequenas vitórias não é apenas tática de curto prazo, mas uma forma de manter o cérebro engajado na jornada de crescimento.

Como aplicar a teoria na prática

Na prática, é essencial identificar oportunidades que gerem resultados rápidos para fortalecer a confiança no processo e promover senso de progresso.

Ao mesmo tempo, é importante desenhar também as etapas mais estruturantes, que amadurecem ao longo de 2026. Essa abordagem equilibra gratificação imediata com construção sustentável.

Desenvolver esse planejamento sozinho, porém, pode ser desafiador, principalmente quando o olhar está viciado no que deve ser evitado e protegido.

Nesses casos, ter uma perspectiva externa faz diferença. Processos de mentoria bem conduzidos ajudam a ampliar horizontes, questionar premissas que pareciam óbvias e identificar oportunidades que ficam invisíveis quando você está imerso no próprio contexto.

Crescer ou apenas sobreviver?

A diferença entre atravessar 2026 e prosperar nele está em como você define sua estratégia: focando apenas o que deve ser evitado ou buscando também o que pode ser construído.

Às vezes, tudo que precisamos é de alguém que faça as perguntas certas, aquelas que sozinhos não sabemos fazer e que mudam o rumo das coisas.

A questão é: você está disposto a ampliar esse olhar?

 

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