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Mercado de capitais demonstra crescimento de Notas Comerciais (NCs)

‘Empresas de diferentes setores enxergam nesse instrumento uma alternativa eficiente para financiar projetos’, analisa especialista da Oliveira Trust

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Publicado em 24 de outubro de 2025 às 13h00.

O mercado de capitais brasileiro demonstra um crescimento expressivo na utilização das Notas Comerciais (NCs) como instrumento de captação de recursos

Especialistas consideram a tendência um reflexo tanto a busca das empresas por alternativas de financiamento mais ágeis quanto a obtenção de benefício fiscal em emissões diversificadas. 

  • No segundo trimestre de 2025, as emissões de valores mobiliários no Brasil alcançaram R$378,9 bilhões, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
  • Notas Comerciais e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) registraram avanço de 24%, passando de R$ 77 bilhões para R$ 95,5 bilhões. 

A B3 reforça esse movimento: até julho, o volume emitido em notas comerciais já se aproximava do total registrado em todo o ano passado, sinalizando a consolidação definitiva desse instrumento no mercado. 

Avanço das Notas Comerciais reflete uma combinação de fatores estruturais. 

A elevação dos juros tem levado investidores a concentrar recursos em emissores recorrentes e com melhor qualidade de crédito. 

“Ele reflete a sofisticação crescente do mercado de capitais brasileiro, que se torna mais diversificado e acessível”, diz José Alexandre, CEO da Oliveira Trust.

De janeiro a setembro, a companhia participou da emissão de 1.453 notas comerciais. Segundo seus especialistas: Lei nº 14.195/2021 contribuiu com um fator essencial: permitiu a inclusão de garantias reais, obrigatoriedade da contratação do Escriturador na prestação de serviços oferecendo o título executivo extrajudicial ao credor.

Assim, ela ampliou a segurança jurídica das operações, enquanto a digitalização dos processos substituiu as antigas cártulas físicas por registros eletrônicos, reduzindo custos e prazos. 

A maior flexibilidade das emissões, com prazos moduláveis e possibilidade de amortizações parciais, completa o cenário que vem impulsionando o crescimento desse instrumento no mercado de capitais. 

Segundo o Boletim de Renda Fixa e Derivativos da Anbima (agosto/2025), as Notas Comerciais já representam cerca de 14% das emissões de dívida corporativa no Brasil, ocupando a segunda posição entre os instrumentos mais utilizados, atrás apenas das Debêntures

“Empresas de diferentes setores enxergam nesse instrumento uma alternativa eficiente para financiar projetos, otimizar fluxo de caixa e reduzir custos”, conclui Alexandre.

 

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