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Médias empresas brasileiras crescem em margens de lucratividade em 2021

Estudo da FDC traz ainda perspectivas para o próximo ano e para o ambiente econômico de médias empresas

Além da melhora nas margens, os prazos operacionais das companhias também foram rápida e positivamente ajustados (Camila Cecilio/Conexao pelo Clima/Divulgação)

Além da melhora nas margens, os prazos operacionais das companhias também foram rápida e positivamente ajustados (Camila Cecilio/Conexao pelo Clima/Divulgação)

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Publicado em 15 de dezembro de 2021 às 09h00.

Levantamento realizado pelo Centro de Estudos de Médias Empresas da Fundação Dom Cabral — FDC Médias Empresas — mostra que, mesmo com queda das receitas em 2020, as margens de lucratividade destas empresas cresceram. Em uma análise geral, a receita líquida das 97 empresas analisadas no estudo caiu, em média, 4,42% entre 2019-2020. Mesmo assim as empresas conseguiram sustentar ou crescer suas margens de lucratividade e todos os setores tiveram crescimento de margens bruta, Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e líquida. O estudo foi realizado em parceria com a Atlas — participante do Paex — Parceiros para a Excelência, solução educacional da FDC.

“A adaptabilidade das médias empresas permitiu que, mesmo com o faturamento mais baixo em função das medidas de isolamento social, o segmento conseguisse atingir margens maiores, uma plataforma importante para a retomada econômica do país. Isso demonstra que os gestores destas empresas fizeram o dever de casa para uma boa gestão”, diz o professor associado de Finanças da FDC, Eduardo Menicucci. O professor exemplifica que medidas como a desocupação de imóveis alugados, atrelada ao reajuste de preços podem ter contribuído para os resultados satisfatórios.

Além da melhora nas margens, os prazos operacionais das companhias também foram rápida e positivamente ajustados, de forma que o ciclo financeiro — que se refere ao tempo médio entre a aquisição de um produto até o recebimento da venda ao cliente — foi reduzido em, aproximadamente, oito dias, de 88,84 em 2019 para 80,65 em 2020. 

Em que pese todas as dificuldades de gestão financeira dos negócios, praticamente não houve redução da quantidade média de empregados nas empresas analisadas. Em valores absolutos, foram dois colaboradores, o que representou uma quase estabilidade de 1,72%. “A manutenção do emprego formal nos chamou a atenção durante a crise. O maior impacto que percebemos foi no emprego informal”, declara Menicucci, adiantando que o setor de Serviços foi o maior prejudicado.

Impactos

O setor da Indústria foi o que apresentou menor queda de faturamento na receita bruta (-2,13%). Por outro lado, foi o segundo com maior crescimento no lucro líquido (184,77%) e manteve estável a quantidade de funcionários (0,66%).

O comércio teve suas receitas afetadas de forma intermediária com queda de 3,99% em sua receita bruta. Porém foi o setor que mais efetuou contratações, com 19,95% de crescimento com relação à 2019. Outro destaque positivo foi o ciclo financeiro que terminou em 2020 negativo, que é o melhor modelo em termos operacionais indicando que o Comércio tem recebimentos antes de efetuar seus pagamentos, mesmo levando em conta o prazo médio dos estoques.

Já o setor de serviços foi o que mais sofreu em termos de receita. A bruta, por exemplo, apresentou queda de 18,54%. Também foi o setor que mais proporcionou redução de empregados, com -18,67%.

Os fatores mais relevantes para as decisões empresariais em 2022

Diante de um contexto de tantas transformações no Brasil e no mundo, o estudo buscou trazer aos gestores das médias empresas os principais fatores que devem ser levados em consideração no momento da tomada de decisões para as médias empresas no ano de 2022.

De acordo com o professor associado da área de Estratégia da FDC Gilmar de Melo Mendes, o aumento das taxas de juros, que chegou ao menor patamar histórico ao longo da crise e tem agora previsão para dois dígitos em 2022, terá impacto sobre o consumo e sobre o custo de financiamentos para empresas. Nesse contexto, a boa gestão de caixa, do ciclo financeiro e a escolha de bons projetos de expansão exigirá das empresas atenção e cuidados.

Além disso, Mendes lembra que a inflação deve ser o grande tema para 2022, no Brasil e no mundo. “O fenômeno inflacionário que estamos acompanhando é fruto de um movimento global, gerado por uma combinação de fatores, muitos deles não recorrentes. Da mesma forma ocorre no Brasil com o agravante do aumento de preços dos alimentos e do custo de energia ocasionado pela falta de chuvas”.

“Mais do que cautela, será fundamental que os aprendizados gerados pela crise da pandemia sejam incorporados às estratégias. De forma a trazer agilidade na tomada de decisões, adaptabilidade e atenção à gestão de recursos. Esses serão os maiores diferenciais para 2022”, diz Mendes.

O estudo foi concebido e desenvolvido a partir de uma visão ampliada e estendida da economia brasileira e mundial, levando em conta os impactos da covid-19 no ambiente de negócios, tendo as médias empresas como foco.

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