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Mauro Wainstock: Você pode ser tudo que dizem que você é. E vou provar

A responsabilidade do seu “quem” depende fundamentalmente do “como” você se comporta

O resgate do que eu chamo do “poder oculto do autoconhecimento”. (Gëzim Fazliu / EyeEm/Getty Images)

O resgate do que eu chamo do “poder oculto do autoconhecimento”. (Gëzim Fazliu / EyeEm/Getty Images)

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Publicado em 2 de agosto de 2021 às 15h00.

Por Mauro Wainstock*

Nas mentorias que realizo, tenho atendido muitos profissionais que questionam o presente, pensam no futuro, mas não valorizam adequadamente o passado.

O “quem” você pensa que é pode não ser “o que” os outros realmente percebem.

Não estou me referindo à “síndrome do impostor”.

Não é algo do tipo “os outros têm uma visão de quem eu sou muito mais positiva do que a realidade como ela é. Involuntariamente, estou enganando todo mundo; não sou nada disto!”.

Vou muito além. O cerne da questão é: já pensou que você realmente pode ser tudo aquilo que os outros consideram que você é?

Estou me referindo à sua capacidade de perceber que este seu “quem”, é “o que” os outros consideram que você é.

Trata-se do resgate do que eu chamo do “poder oculto do autoconhecimento”. Você é este “quem”. E pode ser tudo isso mesmo.

Vou te provar!

Para os outros terem essa percepção, você vem conseguindo:

- Transmitir seus valores

- Gerar positividade

- Transformar vidas

- Construir um legado

- Emocionar e engajar

Outro dia li um texto do economista Ricardo Amorim que corrobora com esse raciocínio: “Ninguém vai melhorar de vida ou se sentir realizado simplesmente porque “cumpriu o horário” e “fez o que mandaram”. Trabalho não se mede em tempo, mas em impacto. A vida é curta demais para você desperdiçar uma grande parte dela em um trabalho em que a sua alma está ausente”.

Com certeza. Você é quem você impacta.

Não basta exercer mecanicamente a tarefa profissional; o desafio está em embutir um propósito em cada uma das atividades. Não basta inspirar através de palavras motivacionais; o valor está em mobilizar através do exemplo e das ações.

Acredite: realmente você pode ser este “quem” que vem fazendo tudo isso. E sabe por quê?

Pela trajetória que construiu, pelos amigos que colecionou, pelo aprendizado que absorveu, pelos ensinamentos que transmitiu, pela experiência que acumulou.

Mas, concordo contigo, o pensamento sobre esse “quem” é volátil, incerto, complexo e ambíguo. Ops, acho que acabei de mencionar o “Mundo V.U.C.A”...

O sociólogo Zygmunt Bauman, reconhecido pelo conceito de modernidade líquida, é firme: “Medo é o nome que damos à nossa incerteza. O pressuposto da vulnerabilidade aos perigos depende mais da falta de confiança nas defesas disponíveis do que do volume ou da natureza das ameaças reais”.

Sem dúvida. A opinião dos outros gera fragilidade, ansiedade, nem sempre se apresenta de forma linear e muitas vezes é incompreensível.

Esta é a base do “Mundo B.A.N.I”, nomenclatura cunhada pelo antropólogo e futurista Jamais Cascio, que destaca: “o comportamento das pessoas muda a todo instante. O que antes não fazia sentido para elas, talvez hoje faça. Essas mudanças podem sobrecarregar nossa capacidade de entender o mundo, dificultando a distinção entre ruído e sinal”.

Cascio continua: “Um mundo ansioso é aquele em que todo dia apertamos F5 para atualizar as notícias e descobrir o próximo fato chocante”.

No “Mundo R.E.A.L”, que nós efetivamente vivemos, a busca por essa constante atualização é tão ansiosa quanto necessária.

O escritor e futurista norte-americano Alvin Toffler enfatizou: “O analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”.

Porém, a caminho do século 22, precisamos dar o F5 entendendo o “desaprender” como um upgrade do conhecimento. Nosso “quem” foi formado por nossas vivências e escolhas individuais. Elas não podem ser “deletadas”, mas devem ser permanentemente ressignificadas.

Cito novamente Toffler: “O futuro é construído pelas nossas decisões diárias e mutáveis. Cada evento influencia todos os outros".

Neste sentido, a responsabilidade pelo seu “quem” depende fundamentalmente do “como” você se comporta.

“Quem” você pensa que é? V.O.C.Ê pode ser muito mais do que os outros te percebem.

*Mauro Wainstock tem 30 anos de experiência em comunicação. Foi nomeado Linkedin Top Voice e atua como mentor de executivos sobre marca profissional. É sócio-fundador do HUB 40+, consultoria empresarial focada no público acima dos 40 anos.

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