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Mater Dei compra hospital no Pará e anuncia plano de crescimento acelerado

Rede hospitalar de Minas planeja expansão no Norte e Nordeste do Brasil

Expandir para o Norte e o Nordeste faz parte dos planos da rede (Divulgação/Divulgação)

Expandir para o Norte e o Nordeste faz parte dos planos da rede (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em 16 de julho de 2021 às 16h03.

Última atualização em 16 de julho de 2021 às 16h32.

A rede hospitalar Mater Dei, fundada há 41 anos em Minas Gerais, deu um novo passo em seu projeto de expansão para além do Sudeste, após a compra do hospital Porto Dias, no Pará, e a construção de um hospital em Salvador.

A rede enxerga a necessidade de consolidação para estar no mercado de saúde, que passa por transformações. “Esses passos importantes que temos dado para conquistar outras regiões brasileiras estão totalmente alinhados ao movimento estratégico que a Rede Mater Dei tem feito para ser uma plataforma consolidadora de hospitais do Brasil”, diz Henrique Salvador, presidente da instituição.

A Bússola ouviu o médico para falar sobre o movimento e os projetos para o futuro.

Bússola: A Rede Mater Dei tem 41 anos de história sem nunca ter saído de Minas Gerais e agora está com hospital em construção em Salvador e adquiriu recentemente um hospital no Pará. O que está por trás desse movimento de expansão para além de Minas Gerais?

Henrique Salvador: Esses passos importantes que temos dado para conquistar outras regiões brasileiras estão totalmente alinhados ao movimento estratégico que a Rede Mater Dei tem feito para ser uma plataforma consolidadora de hospitais do Brasil. No nosso processo de IPO, apresentamos aos investidores algumas regiões que seriam foco de investimento futuro para suportar nosso crescimento e as regiões Norte e Nordeste do Brasil sempre estiveram entre as áreas para onde pretendíamos crescer.

O que está por trás desse movimento é o interesse da Rede Mater Dei em protagonizar esse movimento de expansão e consolidação do setor de saúde no Brasil e levar para essas regiões um pouco do jeito Mater Dei de ser, que é uma forma cuidadosa e próxima de nos relacionarmos com diversos stakeholders, como os pacientes e suas famílias, médicos e corpo clínico, operadoras de planos de saúde e as próprias empresas que compram os planos de saúde para seus colaboradores. Nosso objetivo é sermos relevantes onde quer que estejamos e crescer sem abrir mão, de jeito algum, da qualidade e da integração entre nossos hospitais, de forma a manter nossa eficiência operacional.

O mercado de saúde como um todo tem passado por fortes movimentos de consolidação. Como é para a Mater Dei navegar nesse cenário de fortíssimos competidores?

A Rede Mater Dei tem alguns diferenciais em relação aos demais competidores e isso tem nos fortalecido. A aquisição do Porto Dias deixou isso muito claro. Um deles é que algumas famílias, e grupos de médicos que são proprietários de hospitais no Brasil, têm preferido negociar com a Rede Mater Dei pela relevância que eles podem vir a ter na composição acionária e também pela nossa própria governança — o que nos torna muito competitivos.

Também percebemos com o Porto Dias, especificamente, um alinhamento claro de valores e de gestão muito focada nesse cuidado com o paciente e também operacionalmente muito eficiente. Além disso, há uma forte valorização conjunta do profissional médico na nossa atuação. O médico é e sempre será um elemento diferenciado na atividade hospitalar.

Vocês fizeram uma abertura de capital recente, tendo de precificar as ações abaixo da expectativa inicial logo na saída. O que mudou de abril para cá em termos de valorização da companhia?

Nossa jornada no setor de saúde é de longo prazo e muito voltada para a sustentabilidade do negócio. Nossa abertura de capital justamente veio depois de muito planejada — para tornar nossa empresa ainda mais perene. Naquele momento chegamos à conclusão de que para cruzar a ponte e abrir o capital foi necessário dar o desconto, pois foi uma janela muito difícil, sendo que muitos IPOs na área de saúde estavam programados para sair e não saíram.

Mas o que temos visto, após a aquisição estratégica do Porto Dias, é que o mercado conseguiu tangibilizar — na prática — a tese que apresentamos no IPO, que era seguir crescendo, de forma ainda mais agressiva e acelerada, numa combinação orgânica e inorgânica, em regiões relevantes e de grande potencial.

Podemos esperar mais movimentos de aquisição da Rede Mater Dei no futuro próximo?

Conforme havíamos previsto no IPO, nós iríamos dobrar o número de leitos nos próximos cinco anos, o que significava mais 1.500 leitos em nossa base. Nós adquirimos agora quase 600 leitos e ainda teríamos mais 900 leitos, sendo que 500 destes leitos eram de projetos greenfields em praças que vão ser escolhidas a dedo. Então, o que posso adiantar é que seguiremos fortes nesse processo de consolidação e olhando com muita atenção os potenciais ativos.

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