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A empresa centenária e familiar que se orgulha de ter 85% de presença feminina entre funcionários 

Daniela Lupo, da 4ª geração da família Lupo e uma das acionistas da empresa, concedeu entrevista à Bússola e deu detalhes sobre o funcionamento da companhia

Daniela Lupo, parte da família fundadora, uma dos mais de 80 acionistas da empresa e especialista em cultura empresarial (Daniela Lupo/Divulgação)

Daniela Lupo, parte da família fundadora, uma dos mais de 80 acionistas da empresa e especialista em cultura empresarial (Daniela Lupo/Divulgação)

Aquiles Rodrigues
Aquiles Rodrigues

Repórter Bússola

Publicado em 18 de julho de 2024 às 13h00.

Última atualização em 18 de julho de 2024 às 19h40.

Por trás de cada par de meias, de cada peça de roupa íntima masculina ou feminina nos estoques e vitrines dos mais de 500 pontos de venda da Lupo pelo Brasil, está a história centenária da empresa fundada pela família que dá nome à companhia. 

A tradição de mais de 100 anos levando adiante o legado de seu fundador, Henrique Lupo, se mescla com características que nos permitem dizer que a gigante têxtil é, sim, uma empresa de vanguarda: 85% de seus 10 mil funcionários são mulheres e, no comando de tudo, está uma liderança feminina: Liliana Aufiero, a CEO de 79 anos

Características que inevitavelmente enchem de orgulho Daniela Lupo, que concedeu entrevista à Bússola. O sobrenome logo entrega que ela é da 4ª geração da família que fundou a empresa, além de ser uma das acionistas da companhia que, quando olhamos o cenário brasileiro, desponta como um exemplo de sucesso quando o assunto é diversidade. 

No Brasil, apenas 2,4% dos cargos de CEO são ocupados por mulheres. A maioria dos executivos nesse cargo está na faixa dos 50 anos de idade. 

“Hoje em dia é necessário olhar para as empresas que valorizam efetivamente as mulheres. Nesse caminho, a Lupo é pioneira”, conta Daniela, que aprendeu com a história da própria família muito do conhecimento que a credenciou para ser especialista em cultura empresarial.  

É preciso mergulhar na história para desenhar o futuro da empresa

Bisneta do fundador, Daniela é empresária, já foi franqueada da Lupo e é membro do Conselho de Família, que mantém os parentes e acionistas ligados à empresa e ao patrimônio. 

Ela aplica o que aprendeu com a Lupo em sua consultoria, atuando como mentora e facilitadora de projetos de desenvolvimento de cultura organizacional.

“O meu maior desafio é olhar para a tradição da empresa, o que eu chamo de ‘raízes’, e fazer a ponte com o futuro, que chamo de ‘asas’. Penso em como fazer com que os valores do fundador conversem com o hoje. Parece poético, mas traz resultado: menos turnover, menos estresse e mais lucratividade”, conta. 

Ela diz que quando o fundador ainda está presente é preciso entender sua intenção e seu sonho original para guiar os próximos passos. E quando o fundador já partiu, a liderança ainda precisa passar por esse processo. 

Para isso, Daniela aplica uma ferramenta chamada Teoria U, que propõe um mergulho na história e tradição da empresa, saindo do ponto A para o B com uma ideia completa sobre para onde seguir.

A empresa do seu bisavô é a sua principal inspiração.

Um exemplo de cultura saudável encontrado na família

Na Lupo, a tradição e os valores atuais estão presentes desde o início. Segundo Daniela, o seu bisavô sempre tratou os colaboradores como prioridade, dando destaque para a presença feminina – as mulheres são a maioria desde a fundação. 

“Nas férias coletivas, ele levava as colaboradoras da Lupo para Santos, para passar uma semana lá. Chamava ‘caravana da Lupo’ e saía em vários jornais. Essa valorização me orgulha muito”, conta.

Segundo Daniela, muitas pessoas entraram como office boy e a empresa custeou os estudos posteriores. O desejo de ver o desenvolvimento do colaborador está presente em todas as ações da empresa há mais de 100 anos. 

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