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Live: tecnologia alavancou o mercado de logística em um mundo pós-covid

Em debate, representantes de empresas discutem como a tecnologia se tornou peça-chave para o setor

Logística se tornou peça-chave para sobrevivência do varejo e da indústria (Getty/Getty Images)

Logística se tornou peça-chave para sobrevivência do varejo e da indústria (Getty/Getty Images)

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Publicado em 29 de julho de 2022 às 18h20.

Última atualização em 29 de julho de 2022 às 19h41.

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Com a chegada da covid-19, o e-commerce ganhou rápida expansão no Brasil e no mundo. Os sistemas de entrega tiveram de se adaptar para atender a alta demanda de pedidos, seja em transporte de cargas, seja em delivery. Diante desse cenário, a tecnologia se tornou aliada de pequenos a grandes negócios e se tornou peça-chave para impulsionar o setor de logística.

Os custos logísticos representam um desafio para o setor produtivo brasileiro. Equivalem a mais de 12% do PIB, enquanto em outros países maiores em extensão territorial do que o Brasil o índice é menor. É o caso, por exemplo, dos Estados Unidos e do Canadá, onde as despesas com logística respondem por cerca de 8% do PIB.

Essa tem sido uma questão importante para as empresas dos mais variados ramos e tamanhos, as soluções de logística se transformam em um diferencial estratégico para a sobrevivência do varejo e da indústria. Atualmente no mercado, já existem recursos que estão ajudando os negócios a superarem os obstáculos que o setor vem enfrentando.

Todas essas questões foram debatidas na Live Bússola “Logística: soluções tecnológicas para aproximar o Brasil” que contou com a participação de Carlos Eduardo Moreira, head de logística da Beep Saúde, Helena de Angelo e Lizo, diretora-geral da Lalamove no Brasil, Jorge Catani, diretor de logística da Infracommerce e Renato Sabato, COO da Cobli. A moderação foi do jornalista Rafael Lisbôa, diretor da Bússola.

Renato Sabato, COO da Cobli, destacou os diferenciais da empresa e como ela atua no envio de dispositivos que servem como rastreadores online para monitorar veículos com a plataforma, além de falar sobre os gargalos do setor. “Em nossa plataforma os clientes conseguem fazer uma gestão completa de sua frota, reduzir custos e alocar veículos mais rapidamente. Em relação aos gargalos, acredito que na logística do Brasil o maior desafio é a segurança e como as empresas estão lidando com esse assunto, e essa é uma das atuações da Cobli.”

Helena de Angelo e Lizo, diretora-geral da Lalamove no Brasil, aponta que a companhia trouxe para o Brasil um modelo personalizado na forma de realizar entregas, com olhar especial para pequenas e médias empresas, “Precisamos falar que a Lalamove coloca na palma das mãos o poder de decidir como essa pessoa vai entregar o seu produto. Trazemos essa possibilidade de entrega que antes não era acessível para pequenos e médios comércios. Esses mercados abriram os olhos para como conseguimos baratear o serviço com uma grande diversidade de frota pertencente a motoristas parceiros”, afirmou.

No setor de entregas, o ecossistema de startups atua para contornar os desafios logísticos de um país como o Brasil e ajudar seus clientes a proporcionarem entregas rápidas e eficientes. Um exemplo disso é a Infracommerce, que lançou a Infra.log, uma solução completa, do fulfillment à gestão de pós-venda, para garantir otimização de prazos e custos de frete. Na prática, a solução funciona oferecendo soluções que simplificam as operações digitais de empresas B2C e B2B, potencializando a experiência delas no e-commerce e melhorando a jornada de seus consumidores.

"A tecnologia aplicada ao e-commerce tem ajudado a personalizar, a simplificar a experiência do usuário final e do cliente b2B, que, com a plataforma Infracommerce, consegue entender suas demandas e escolher os processos tecnológicos oferecidos por nós para trazer velocidade ao processo de integração e entrega do pedido ao melhor [e menor] custo benefício", diz Jorge Catani, diretor de logística da Infracommerce.

O head de logística da Beep Saúde, Carlos Eduardo Moreira, conta que a empresa oferece serviços de saúde em domicílio a preço acessível com um modelo que une tecnologia e logística, garantindo baixo custo e atendimento de qualidade. É graças a esse formato de operação, chamado de Cloud Clinic, que a Beep Saúde consegue atender cidades menores e mais afastadas do país, onde seria muito custoso abrir e manter funcionando uma clínica física.

“Somos uma empresa 100% digital e conseguimos garantir o atendimento na casa do paciente. Para operacionalizar tudo isso, optamos por ter hubs operacionais que se concentram em lugares estratégicos. Com a tecnologia nos auxiliando conseguimos disponibilizar agendas e atendimento de excelência em mais de 100 cidades”, declara.

Os efeitos da pandemia impactaram diretamente o setor de logística e deixaram alguns legados para empresas de tecnologia que atuam nesse ramo. A nova realidade imposta pelo coronavírus fez com que companhias e consumidores migrassem para o e-commerce e exigiu a organização de uma complexa e eficiente estrutura de entrega. Para ter uma ideia, cerca de 13 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra pela internet em 2020, devidos às restrições da covid.

E, mesmo com o avanço da aplicação da vacina contra a doença e a retomada das atividades presenciais, os hábitos de consumo online continuam. O ano passado registrou um faturamento recorde do comércio eletrônico aqui no Brasil. Um levantamento da Neotrust revela que o valor ultrapassou R$ 161 bilhões, 27% mais do que em 2020. Para 2022, a expectativa é de mais crescimento: a previsão é que o varejo digital tenha um aumento de 9% na receita.

Quando questionado sobre os maiores aprendizados dos últimos dois anos para setor logístico, que precisou recorrer mais do que nunca a soluções tecnológicas para dar conta das novas e complexas demandas trazidas pela pandemia, Sabato revela que na Cobli chegaram a analisar números e verificaram que conseguiram aumentar consideravelmente a velocidade de veículos rodada durante o período e acredita que é importante que haja uma mudança de pensamento.

“A logística foi afetada de uma forma muito diferente para cada empresa, amplificando a utilização de transportes para algumas e diminuindo para outras. Para a Cobli foi muito importante esse mindset de digitalização e a aproximação com motoristas para entender as necessidades deles, por meio da tecnologia”, declara.

Mesmo antes da pandemia, a proposta da Lalamove já era garantir a retirada e chegada de encomendas no mesmo dia. Com as restrições impostas pela covid-19, um sistema de entrega ágil e eficiente se tornou ainda mais importante. Para Helena, o consumidor entendeu que pode ter acesso a qualquer coisa que deseja ter e comprar e receber itens e produtos de uma forma mais simplificada.

“Mais importante do que isso, são as empresas saberem que o público delas não está mais restrito às pessoas que vão até o local e sabem que precisam estar presentes em todos os lugares e a logística de última milha que vai ajudar a atingir esse público. O que é mais importante hoje, é entender como está a jornada do novo consumidor”, afirma.

Catani aponta que “O consumidor, que antes da pandemia, poderia ter receios de fazer suas compras online, superou essa barreira e, atualmente, tem no e-commerce um canal de compras em que pode acessar, fazer compras, realizar pagamentos de forma segura, acompanhar o pedido e receber, de maneira ágil e adaptada a sua rotina".

No caso da Beep Saúde, os maiores desafios e aprendizados está na aceleração de processos tecnológicos para o monitoramento da saúde. “Foi um momento muito delicado que tiramos muitos aprendizados, pois estávamos cuidando de pessoas e precisávamos chegar até elas para atendê-las”, declara Moreira.

O debate destacou a importância de ferramentas digitais que têm sido fundamentais para integrar processos, otimizar fluxos, aumentar a produtividade da cadeia e principalmente conectar empresas e consumidores da melhor maneira. Com o uso de inteligência artificial, IoT e outros recursos tecnológicos, a circulação de bens e produtos ganha agilidade e eficiência e agrega valor — aos negócios e ao país.

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