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LIVE: Games e e-sports são novas ferramentas de transformação social

Webinar promovido pela Bússola reuniu lideranças do setor de games, entretenimento e e-sports para falar sobre barreiras de democratização

Falta representatividade de negros nos e-sports. (Bússola/Reprodução)

Falta representatividade de negros nos e-sports. (Bússola/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2021 às 21h19.

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Por Bússola

Além de lazer e entretenimento, os games – e em especial os e-sports – têm potencial de se transformar cada vez mais em uma importante ferramenta de inclusão digital e social. Por conta disso, iniciativas que democratizem o acesso aos esportes eletrônicos e garantam representatividade a esse universo – hoje ainda predominantemente masculino, branco e de renda mais alta – são importantes.

Na Bússola Live desta quarta-feira, 26, o debate foi sobre os caminhos para tornar o mercado brasileiro de e-sports mais diverso e, assim, permitir a jovens das mais diferentes origens sonhar com a possibilidade de virar jogador ou jogadora profissional.

No bate-papo mediado pelo jornalista Rafael Lisbôa, diretor da Bússola; e por Cauê Madeira, autor da coluna Geekonomy e sócio-diretor na Loures Consultoria, participaram Roberta Coelho, CEO da Game XPRicardo Chantilly, sócio-diretor do AfroGamesPhilip Chaves, Diretor Comercial da Twitch Brasil.

A Pesquisa Game Brasil, a PGB, lançada em abril deste ano, diz que o público gamer está mais amplo, e o acesso aos jogos está mais democrático, com um crescimento expressivo entre as classes C, D e E. Além disso, assistir a partidas competitivas de jogos digitais se tornou parte da rotina de lazer de muitos brasileiros, ainda mais depois da pandemia, e o sonho em seguir carreira como jogadores profissionais tem ganhado cada vez mais força entre os jovens.

Chaves destacou o fenômeno do jogo Free Fire, da empresa chinesa Garena, e que é um sucesso no Brasil. Uma das razões para essa performance é ser acessível pelo celular. Um jogo complexo, que foi desenvolvido para rodar muito bem em smartphones. Isso no Brasil é importante porque o aparelho mais básico disponível já tem condições de rodar uma partida do jogo, enquanto outros títulos dependem de hardwares mais potentes.

"Esse movimento [da democratização da plataforma mobile para públicos mais amplos] é uma prioridade da Twitch hoje, ao ponto de firmarmos uma parceria com a operadora Claro, oferecendo um pacote que não consome dados para quem utiliza o aplicativo da plataforma no celular. É uma maneira de levar a cultura de games para uma audiência maior", diz o executivo.

Para Roberta Coelho, há um desafio adicional em incluir mais mulheres na cena de e-sports brasileiros. A Game XP anunciou em 2020 a Grrrls League, maior liga feminina de Counter Strike no mundo, em um esforço para fortalecer a perenidade e continuidade de equipes compostas por mulheres. "Esse é um esporte onde homens e mulheres podem jogar de igual para igual, uns contra os outros. Com a Grrrls League estamos dando um passo para mostrar para os clubes e para as marcas que investir no cenário feminino vale a pena. Mostrar que essas meninas são super jogadoras e tem capacidade", destaca. "A profissionalização é a nossa arma para ajudar a combater esse preconceito.", conclui a executiva.

A falta de representatividade de negros nos e-sposrts motivou Ricardo Chantilly a formar o AfroGames, em parceria com José Junior, do AfroReggae. O projeto social capacita e orienta jovens a seguirem carreira como gamers profissionais, criadores de conteúdo e até mesmo programadores, perpetuando a cultura dos jogos eletrônicos nas comunidades e seu entorno. As barreiras de oportunidade são muitas para quem não tem o recurso necessário.

Ser um jogador profissional depende de bons equipamentos, tecnologia, boa velocidade de internet, em alguns casos requer uma boa noção do idioma inglês. Mas sobretudo precisa de tempo. Tempo para praticar e se dedicar ao treinamento para as competições.

"Começamos em 2019 com cem jovens, priorizando quem mora na favela, depois quem mora nos arredores. No primeiro ano tivemos mais de trezentas inscrições. Em 2021 ainda somos um bebê que anda segurando nos móveis, estamos no começo do projeto. Fomos o primeiro projeto social neste segmento. Mas os jovens já entendem que streaming e e-sport são profissões", explica Chantilly. "Hoje, e-sports é um esporte de branco, mas nós acreditamos que vamos revolucionar esse mercado e democratizar o universo dos games", finaliza.

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