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Líder de sucesso não teme rever crenças e mudar de opinião

Para estimular a inovação no mundo corporativo, é necessário promover times diversos em ambientes capazes de equilibrar colaboração e competição

Líderes devem ser colaborativos, flexíveis, empáticos e tolerantes (jayk7/Getty Images)

Líderes devem ser colaborativos, flexíveis, empáticos e tolerantes (jayk7/Getty Images)

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Publicado em 28 de fevereiro de 2023 às 10h40.

A busca por performance e resultados pode ter um impacto significativo na cultura de inovação em uma organização. Por um lado, a pressão por resultados pode motivar as pessoas a se esforçarem ao máximo e alcançar novos patamares de desempenho. Por outro lado, a pressão excessiva por resultados pode ser contraproducente e sufocar a cultura de colaboração e por consequência, inovação.

Quando a busca por resultados é intensa, as pessoas tendem a se concentrar em soluções conhecidas e testadas, em vez de explorar novas ideias e abordagens. Além disso, a pressão por resultados pode levar a uma cultura de medo, na qual as pessoas evitam correr riscos e experimentar novas ideias, pois temem falhar.

Foi com esses desafios em mente que fui buscar inspiração em dois dos maiores especialistas do mundo em liderança, Linda Hill, professora de Harvard Business School, coautora do livro "Collective Genius" (tradução livre, O Gênio Coletivo) e Adam Grant, autor de inúmeros best sellers e especializado em psicologia organizacional, cujo seu mais recente livro é Pense de Novo. Ambos autores se concentram no papel dos líderes na criação de organizações mais ágeis, inovadoras e adaptáveis em um ambiente de negócios cada vez mais incerto e volátil.

Linda argumenta que para criar organizações verdadeiramente inovadoras, os líderes precisam reconhecer que a inovação não é um processo individual, mas coletivo. Ela apresenta cinco habilidades fundamentais que os líderes precisam desenvolver para construir equipes criativas e inovadoras: gerenciamento de tensões criativas, criação de uma visão compartilhada, promoção de times diversos, construção de uma comunicação eficaz e estabelecimento de estruturas claras e de suporte.

Adam, por sua vez, destaca a importância dos líderes estarem dispostos a questionar suas próprias crenças e a mudar de opinião quando confrontados com novas evidências. Ele argumenta que a capacidade de pensar novamente, ser flexível e adaptável é fundamental para enfrentar a incerteza e a complexidade dos negócios hoje em dia. Para isso, os líderes precisam estar dispostos a desafiar suas próprias suposições, buscar diferentes perspectivas, explorar diferentes alternativas e se engajar em pensamento crítico.

Em termos de características de liderança, ambos os autores enfatizam a importância dos líderes serem colaborativos, flexíveis, empáticos e tolerantes ao risco. Eles argumentam que os líderes precisam ser capazes de criar ambientes de trabalho onde as pessoas se sintam à vontade para compartilhar ideias, experimentar novas abordagens e correr riscos. Além disso, eles destacam a importância da comunicação clara e da construção de relações de confiança.

É possível construir um ambiente mais inovador e colaborativo sem perder o foco na entrega do resultado, mas isso demanda dos líderes serem capazes de dar liberdade e autonomia à equipe, ao mesmo tempo em que mantêm o controle e a direção. Isso significa encontrar um equilíbrio entre delegar responsabilidades e tomar decisões críticas. É através do entendimento e resolução desses paradoxos que os líderes podem maximizar o potencial de suas equipes e alcançar resultados excepcionais. Aqui estão alguns exemplos de paradoxos que os líderes precisam enfrentar:

Inovação e estabilidade: Grant destaca o paradoxo de que as organizações precisam ser inovadoras e adaptáveis ​​ao mesmo tempo em que mantêm uma base sólida e estabilidade. Isso significa encontrar um equilíbrio entre mudar e preservar o que já é bem-sucedido.

Colaboração e competição: Hill argumenta que as equipes criativas precisam ser capazes de colaborar e trabalhar juntas, ao mesmo tempo em que mantêm uma mentalidade de competição saudável. Isso significa encontrar um equilíbrio entre trabalhar juntos e ser desafiado individualmente.

Inovação e planejamento: Grant destaca o paradoxo de que as organizações precisam ser capazes de planejar e prever o futuro, ao mesmo tempo em que mantêm a capacidade de inovar e mudar de curso rapidamente. Isso significa encontrar um equilíbrio entre planificação e flexibilidade.

Em resumo, tanto o livro "Collective Genius" quanto Pense de Novo enfatizam a importância dos líderes serem colaborativos, flexíveis e dispostos a correr riscos em um ambiente de negócios incerto e volátil. Eles precisam ser capazes de construir equipes criativas e inovadoras, enquanto também questionam suas próprias suposições e se adaptam rapidamente às mudanças.

*Ricardo Hatschbach é CEO da GasBrasiliano

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