Como um navio em alto mar, empresas devem estar atentas para mudar sua rota em caso de tempestade (Vestock no freepik/Reprodução)
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Publicado em 24 de agosto de 2023 às 11h13.
Por João Kepler*
Em um cenário empresarial cada vez mais dinâmico, a arte da adaptabilidade nunca foi tão crucial. A termologia "pivotar" ganhou destaque neste contexto. Refere-se à capacidade de uma empresa, sobretudo startups, de redirecionar estrategicamente seu serviço ou produto, ou do empresário de adaptar ou mudar seu negócio principal para outro modelo, fundamentado em feedbacks, erros e aprendizados.
A analogia pode ser feita entre uma empresa e um grandioso navio cruzando os mares: quando uma tempestade se anuncia, a rota precisa ser revista. Pivotar representa exatamente essa habilidade de reconfiguração da trajetória, aplicável em negócios de todas as dimensões.
A capacidade de se adaptar ao mercado é, sem dúvida, a principal virtude do ato de pivotar. Em um mundo onde as demandas se alteram com uma rapidez quase diária, adaptar-se pode ser a chave para agarrar novas oportunidades ou esquivar-se de potenciais catástrofes.
Ainda, falhas e deslizes são componentes inescapáveis da trajetória empresarial. Pivotar pode transformar tais adversidades em alavancas de crescimento, fazendo da adaptabilidade a linha tênue entre sucesso e fracasso.
Retomando a analogia náutica, se grandes empresas são como navios, sua manobrabilidade é complexa e lenta, ao passo que startups e pequenas empresas, ágeis como jet skis, conseguem alterar rotas com maior velocidade. Desafios como desgaste da equipe, potencial confusão de marca e as implicações financeiras de mudanças constantes não podem ser ignorados.
A realidade empresarial oferece inúmeros exemplos do sucesso e riscos inerentes ao ato de pivotar. Slack, agora amplamente reconhecido como uma ferramenta de comunicação corporativa, iniciou como um jogo online. Já o Twitter, surgido inicialmente como "Odeo", uma plataforma de podcasts, se reinventou com a ascensão do iTunes. Contrapondo-se a isso, temos a Nokia, que, por não pivotar diante da era dos smartphones, viu sua hegemonia desvanecer.
Não são somente as empresas novas ou startups que podem pivotar. Empresas maiores e empresários também podem pivotar na vida e nos seus negócios. Dito isso, trazendo para nossa realidade aqui no Brasil, existem muitos exemplos e casos reais de empresários que também pivotaram seus negócios e suas trajetórias como Flávio Augusto da Silva que saiu de uma escola de inglês para um clube de futebol, depois voltou à escola de inglês e agora comanda um grupo Educacional.
Tem também o José Carlos Semenzatto que de uma pequena escola de informática no interior de São Paulo a um grande grupo de franquias; o Janguiê Diniz que foi pivotando negócios até chegar a uma faculdade e ao IPO; a Carla Sarni que, de sua clínica de dentista, se transformou em uma grande rede de odontologia e o Thiago Nigro, que de um escritório de agente autônomo, criou o Grupo Primo, entre muitos outros exemplos que merecem ser conhecidos e compartilhados.
Para quem quiser saber mais sobre a arte de pivotar, convido todos a assistirem o programa “Pivotando, dos Erros aos Grandes Acertos”, do qual sou apresentador. Centrado em empresários visionários que pivotaram seus negócios e sua vida, o programa busca inspirar o público através das trajetórias de erros, acertos e aprendizados de líderes de mercado em seus segmentos. O programa está disponível em diversas plataformas digitais do SBT News e no domingo de manhã no SBT.
*João Kepler é CEO da Bossanova Investimentos
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