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Irmãos trabalhando juntos pode dar certo? 7 histórias de irmãos que fundaram empresas de sucesso

No Dia do Irmão, exploramos histórias de empreendedores que entre laços familiares e estratégias de negócios formaram parcerias de sucesso

Rafael Figueiredo e Rodrigo Figueiredo, da plataforma de assinaturas D4Sign (D4Sign/Divulgação)

Rafael Figueiredo e Rodrigo Figueiredo, da plataforma de assinaturas D4Sign (D4Sign/Divulgação)

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Publicado em 5 de setembro de 2023 às 13h00.

Última atualização em 5 de setembro de 2023 às 17h25.

Hoje, 5 de setembro, comemoramos o Dia do Irmão e para a ocasião destacamos histórias de empreendedores que nasceram, cresceram e construíram juntos. Nelas, podemos ver que por trás do sucesso encontram-se desafios relacionados ao equilíbrio entre as relações familiares e de trabalho, enquanto a confiança construída por anos torna-se um diferencial na construção e gestão do negócio. 

Afinal, trabalhar junto com os irmãos pode dar certo? Para responder a pergunta reunimos 7 empreendimentos de sucesso geridos por irmãos, que compartilham sua visão acerca da parceria estabelecida. Desde startups inovadoras até empresas mais tradicionais, as histórias ressaltam tanto os impasses quanto os triunfos que acompanham essa jornada única. Confira:

MadeiraMadeira

Os irmãos Daniel Scandian e Marcelo Scandian (na frente), de MadeiraMadeira (MadeiraMadeira/Divulgação)

Criada em 2009, a MadeiraMadeira é hoje a maior plataforma online de móveis e decoração da América Latina. Antes da fundação, a história da empresa iniciou com os irmãos Daniel Scandian e Marcelo Scandian. De família originalmente empreendedora, eles cresceram com os mesmos valores. Em um momento delicado na vida de ambos, de dificuldades financeiras, decidiram investir no que hoje é a MadeiraMadeira.

“Estávamos saindo não do zero, mas do negativo. A necessidade e a paixão fizeram com que nós tivéssemos uma resiliência muito alta”, relembra Marcelo. Nesse caso, para eles, o laço sanguíneo foi importante para terem confiança e, claro, um ponto de apoio ao longo da jornada. “A única forma do negócio durar a longo prazo é um alinhamento de valores. Os nossos pais realmente fizeram um bom trabalho, aprendemos muito por exemplo”, explica Daniel.

Entre eles, a principal dificuldade, segundo Daniel, foi estabelecer um relacionamento profissional igualitária, diferente da relação de liderança do irmão mais velho sobre o mais novo: “Eu precisei me policiar bastante, porque sendo irmão mais velho eu acabava exercendo o papel de um líder.”

“Saber que você pode contar com essa pessoa, independente se estivermos em bons ou maus momentos. Meu irmão sabe que eu nunca vou deixá-lo na mão. Essa jornada é um comprometimento de um com o outro e que a gente não vai deixar ninguém na mão”, finaliza Marcelo.

D4Sign

A D4Sign, plataforma de assinatura eletrônica e digital, é um exemplo de como irmãos também podem dar certo no empreendedorismo. A startup foi fundada em 2015, por Rafael Figueiredo e Nahim Silva. No ano seguinte, Rodrigo Figueiredo, irmão de Rafael, se uniu ao time para liderar o departamento comercial. Desde então, a companhia tem crescido em ritmo acelerado. 

Com a ascensão do trabalho remoto, sobretudo em 2020, a digitalização de documentos conquistou mais espaço no mercado, o que impulsionou o crescimento da empresa em mais de 400% só naquele ano, mas a companhia seguiu avançando e já atendeu mais de 500 mil clientes e processou mais de 80 milhões de documentos na plataforma ao longo de toda a sua trajetória. 

Em relação à dinâmica de trabalho entre irmãos, Rafael Figueiredo, CEO da D4Sign afirma: “O maior desafio foi aprender a separar o tempo de trabalho e o tempo em família. Até hoje, em alguns casos, acabamos levando algum tema importante para além do escritório, mas concordamos em estabelecer o limite para quando se trata de alguma questão mais urgente”, diz ele. “Por outro lado, a confiança que temos entre nós é um fator muito importante para a tomada de decisões. Tudo isso tem sido fundamental para construir uma base sólida e uma empresa bem-sucedida”, acrescenta. 

Di Santinni 

Ismael Abreu e Eliel Abreu na inauguração da loja da Di Santinni, em Roraima (Di Santinni/Divulgação)

Os irmãos Ismael Abreu e Eliel Abreu viram no setor calçadista uma oportunidade para empreender. Em outubro de 2022 eles inauguraram em Roraima uma franquia da loja da  Di Santinni, grupo com mais de 40 anos e TOP 3 das maiores varejistas de calçados multimarcas do país. A parceria entre os dois vem desde a infância, quando soltavam pipa e faziam rabiola para vender. “A nossa relação é de muita confiança e respeito, e isso é fundamental para o nosso negócio. Estamos sempre juntos, trilhando o mesmo caminho”, destaca Ismael.

A única desvantagem apontada por eles é a distância, já que Ismael reside em Roraima, e Eliel vive no Rio de Janeiro. No entanto, os irmãos se falam diariamente e dizem que todas as decisões envolvendo a gestão do negócio são feitas em conjunto, e procuram sempre fazer um balanço do que foi bom e ruim para avaliar o que pode ser melhorado.  “A gente se completa, enquanto eu sou mais comercial, o meu irmão é mais analítico, é a ovelha negra e sabe dizer mais não”, brinca Eliel.

Liderando um time de 35 funcionários, a loja, que está prestes a completar 1 ano, está seguindo uma trajetória crescente, com uma média mensal de R$350 mil em vendas. Eles já estão avaliando abrir uma segunda franquia da marca no próximo ano, mostrando que é possível conciliar o papel de sócio e irmão, sem trazer prejuízos para essa relação.

Indicium

Matheus Dellagnelo, Vitor Avancini, Isabela Blasi e Daniel Avancini, da Indicium (Indicium/Divulgação)

A Indicium, empresa que impulsiona organizações a uma cultura data driven, desde 2017, tem em sua fundação os irmãos Daniel Avancini, que atua como Diretor de Dados, e Vitor Avancini, Diretor de Tecnologia. Formados em Administração e Sistemas da Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina, e com aceleração pela Universidade da Austrália e da California, eles coordenam áreas estratégicas, responsáveis pelo atendimento a grandes empresas como: Fundação Bill e Melinda Gates, Reps & CO, Edenred e Burger  King. Ao lado de Isabela Blasi, Diretora de Novos Negócios, e Matheus Dellagnelo, CEO, a Indicium já realizou 185 projetos para clientes em mais de 4 países, com 400 milhões em ROI calculados.

Grupo Oscar

Renan Constantino e Bruno Constantino, da varejista Grupo Oscar Calçados (Grupo Oscar Calçados/Divulgação)

Fundado em 1982, em São José dos Campos, por Oscar Constantino, o Grupo Oscar se tornou um dos principais varejistas de calçados do país e é formado pelas lojas Oscar, Gaston e Paquetá, possui um e-commerce e uma rede de 178 lojas multimarcas de calçados, roupas e acessórios. Essas estratégias combinadas com a gestão familiar da empresa, criada por Oscar Constantino, em 1982, e a ousadia dos sucessores Bruno Constantino, CEO, e Renan Constantino, CMO, fizeram a marca se manter relevante. Presente em mais de 30 cidades, em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina. Ao longo de sua história lançou marcas próprias como, Constantino, Done Head, OSC, KULT e M SHUZ e desde 2022 possui exclusividade no licenciamento, produção e distribuição da marca italiana de sportswear Diadora. A expectativa é de que a receita do Grupo cresça 15% em 2023.

Sankhya

Felipe Calixto e Fábio Túlio, da Sankhya (Sankhya/Divulgação)

A história da Sankhya, uma das principais desenvolvedoras de software de Gestão  Empresarial (ERP/EIP) no Brasil, começa com o fim da banda de rock Solo Vertical, que era ativa em Minas Gerais. A banda gravou discos e abriu shows para artistas como o Kid Abelha, mas cedeu espaço à Sankhya. Desde suas experiências com a banda, os irmãos Felipe Calixto (CEO) e Fábio Túlio (Diretor de Inovação) abriram mão da música e fundaram a Sankhya em 1989. 

Com 34 anos de atividade, a empresa emprega mais de 2 mil colaboradores e está presente em todo o Brasil. Ela compete diretamente com gigantes do mercado e gera uma receita superior a R$350 milhões - a meta é alcançar R$1 bilhão até 2025. 

Para ilustrar essa trajetória de sucesso, a Sankhya recebeu um investimento de R$425 milhões do fundo soberano de Singapura, conhecido como GIC, em 2020 e, nos últimos dois anos, também incorporou quatro empresas ao seu portfólio: Pontotel, Neppo Tecnologia, Ploomes e Meetime.

Grupo Fala

Maria Cecília Bere e Thais Bere, do Grupo Fala (Grupo Fala/Divulgação)

As irmãs Maria Cecília Bere (33) e Thais Bere (31) têm uma história de empreendedorismo conjunto. Em 2014  Maria Cecília deu os primeiros passos no empreendedorismo e durante alguns anos pode contar com sua irmã como freela em algumas demandas da empresa. Na época, Thais era Nômade Digital e atuava como autônoma e prestava serviço de content para executivos. 

A virada de chave para as duas foi em 2020, poucas semanas antes do lockdown no Brasil, quando resolveram fundar juntas a Fala Labs, agência que auxilia pessoas e empresas na construção do posicionamento online que faz parte do Grupo Fala. 

"Hoje a Thais, além de CEO da Fala Labs, é COO do Grupo Fala e meu braço direito. Muitas pessoas nos perguntam sobre o relacionamento que temos e como isso se reflete no trabalho, minha resposta é sempre a mesma: temos os mesmos valores, nos respeitamos muito e existe uma admiração mútua. Com esse tripé bem estabilizado, conseguimos lidar com os desafios (que existem, não se enganem) de uma forma mais leve", afirma Maria Cecília. 

Atualmente no Grupo Fala, a dupla (ao lado dos demais sócios) lideram um time de mais de 50 pessoas e contam com um portfólio de quase 60 marcas entre elas Oakberry, Reserva, Shopify, GetNinjas,  MAG, Marvin e Iza Dezon. 

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