Seguradoras estão mais cautelosas devido à inflação (mladenbalinovac/Getty Images)
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Publicado em 22 de outubro de 2025 às 13h00.
As seguradoras preparam-se para mais um ano de incerteza, com a inflação novamente listada como um dos principais riscos macroeconômicos, de acordo com o 14º Relatório Anual do Setor Segurador da BlackRock.
O relatório foi baseado em pesquisas com 463 profissionais de investimento sênior em 33 mercados – representando US$ 23 trilhões em ativos sob gestão.
Ele revelou que um setor que se adapta com cautela, mas que também busca aproveitar oportunidades tanto em mercados públicos quanto privados.
Apesar do apetite por risco permanecer baixo – apenas 12% das seguradoras planejam aumentar sua exposição geral ao risco de investimento em 2025 –, as alocações em mercados privados continuam a crescer.
Apenas 1% espera uma mudança de 10% ou mais nos próximos 12 meses — influenciada por movimentos de mercado e alocação de ativos, o que indica uma contínua mudança estrutural em direção a ativos privados que persistiu ao longo dos ciclos de taxas.
Segundo o estudo, crédito privado, infraestrutura e estratégias multi-alternativas continuam a ser as oportunidades mais citadas.
Ao mesmo tempo, os mercados públicos continuam sendo fundamentais para os portfólios: 73% das seguradoras planejam manter suas alocações atuais e 21% planejam aumentá-las.
“A história de 2025 é de cautela em meio à volatilidade, mas também de convicção nas oportunidades de longo prazo que os mercados privados podem oferecer”, afirma Mark Erickson, Estrategista Global de Seguros do Grupo de Instituições Financeiras da BlackRock.
“As seguradoras estão navegando neste ambiente com disciplina, enquanto muitas adotam novos modelos operacionais – como soluções híbridas para acessar ativos privados – e tecnologias de investimento, gestão de risco e inteligência artificial para reforçar seus portfólios”, completa
Uma das conclusões mais relevantes do relatório deste ano é a guinada para modelos operacionais mais flexíveis. À medida que a dinâmica competitiva e de mercado evolui, as seguradoras estão adaptando suas estruturas.
Em relação ao seu modelo de gestão de ativos, 87% estão modificando sua abordagem: em vez de depender exclusivamente de suas capacidades internas, muitas estão adotando modelos híbridos que combinam sua experiência com a de parceiros externos, apoiados por um investimento significativo em tecnologia.
Nos próximos 12 meses, 67% preveem utilizar sidecars de resseguro (estrutura financeira temporária que permite a uma seguradora ou resseguradora aumentar sua capacidade de assumir riscos sem comprometer seu próprio balanço), 54% esperam trabalhar mais com terceiros e 53% planejam ampliar suas capacidades internas de gestão.
Essa maior ênfase na gestão de capital deve-se, em grande parte, à necessidade das seguradoras de diversificar as receitas do balanço através de uma maior captação de receitas por comissões, otimizar os balanços e as estruturas de capital, diferenciar as combinações de ativos por meio de sidecars e acessar fontes de capital não dilutivas.