Conceito da Web 3.0 é de uma internet mais democrática, com maior privacidade, mais liberdade de acessibilidade, segurança e controle de dados. (MR.Cole_Photographer/Getty Images)
Bússola
Publicado em 20 de abril de 2022 às 14h58.
Por Alexandre Loures e Flávio Castro*
A internet está se transformando e evoluindo para um ambiente disruptivo, onde o foco é a usabilidade do usuário.
O conceito da Web 3.0 é de uma internet mais democrática, com maior privacidade, mais liberdade de acessibilidade, segurança e controle de dados.
Isso é o que a maioria deseja e espera dessa mudança. A nova era da internet promete que as relações aconteçam sem intermediários.
Se na Web 2.0 temos a centralização de algumas grandes empresas como Google, Meta e Amazon, na 3.0 a promessa é que, cada indivíduo, tenha um ID digital que firmará uma identidade única e exclusiva na web, válida para todos os ambientes visitáveis. A conquista é a certificação individual, um perfil para tudo, intransferível e comprovável, com maior liberdade de navegação.
Essa identidade também promoverá a escolha de quais informações o usuário irá fornecer e também qual a moeda de troca para essas informações.
Os dados estarão sob controle dos consumidores e suas escolhas.
Quanto maior o controle dos próprios dados, mais colaboração as pessoas terão com as empresas que confiam. Nessa relação de confiança, as marcas deverão saber que haverá uma moeda de troca e essa terá de ter um valor correspondente.
É o que já está acontecendo com o universo dos games, uma das formas de entretenimento mais lucrativas do mundo.
A tecnologia blockchain e as criptomoedas promovem a criação de novos formatos de jogos onde os utilizadores podem, também, ganhar dinheiro enquanto jogam, assim como os criadores.
Chamado play-to-earn, o jogador pode produzir algo para outros jogadores, com a recompensa de moedas ou itens digitais. Essa troca pode gerar lucro e negócio para todos os envolvidos.
Em tese, todos poderão ser criadores de conteúdo e afins, e ser recompensados por isso, se souberem utilizar a web que está por se instalar.
Céticos acreditam que a web 3.0 terá novos grupos, diferentes dos atuais, controlando a internet.
Enquanto entusiastas saúdam essa versão da web como mais confiável, alguns especialistas chamam esse movimento de marketing hype. uma recentralização liderada por pequenos grupos.
O fato é que essa revolução já está acontecendo, as criptomoedas estão sendo usadas, cada vez mais, como forma de pagamento e a estratégia de marketing da maioria das empresas terá que se adaptar a esse novo universo voltado ao indivíduo e orientado para as pessoas.
O comportamento do consumidor mudou muito nos últimos anos e a maneira como as pessoas interagem irá também sofrer essa transição. Acompanhar as iniciativas é também olhar a realidade com perspicácia e atenção.
Como exemplo temos a Reserva que anunciou, neste mês, a sua primeira coleção de NFTs, com resposta ultra positiva.
Junto com o lançamento, nasceu a Reserva X, braço da empresa criado para explorar oportunidades da Web 3.0.
A marca se inspirou no case mais bem sucedido quando o assunto são NFTs e se posicionou como pioneira, assumindo riscos de um lançamento inédito com o desafio de sustentar essa estratégia no pós-lançamento, administrando sua comunidade, criando vínculos com seus fãs, focando no cliente como centro de tudo que poderá, futuramente, faturar com a sua participação.
Mudanças, variações, surpresas.
A Web 3.0 está chegando, o usuário terá o controle de sua identidade e, muito provavelmente, várias recompensas em relação às suas transações.
Para além dessa transformação, a estratégia de marketing e publicidade também deverá acompanhar as variantes desses usuários em transição.
A adaptação acontecerá gradualmente e escalará, provavelmente como todos os últimos avanços tecnológicos.
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*Alexandre Loures e Flávio Castro são sócios da FSB Comunicação
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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