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Indústria de alimentos movimentou quase R$ 1,3 trilhão em 2024 no Brasil

Segundo ABIA, a indústria gerou 72 mil empregos e o número de trabalhadores na cadeia produtiva chega a 10,4 milhões, 10,1% do total das pessoas ocupadas no Brasil

João Dornellas, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) (ABIA/Divulgação)

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Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 13h00.

Em 2024, um em cada dez trabalhadores brasileiros atuava na indústria de alimentos ou em sua cadeia produtiva. O setor gerou 72 mil empregos formais diretos, o equivalente a 25% das vagas da indústria de transformação, somando 360 mil postos ao considerar as vagas indiretas.

"Apesar dos desafios nos custos de produção, o desempenho da indústria de alimentos foi positivo, contribuindo para a geração de emprego e renda", afirma João Dornellas, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA).

A indústria processou 68% da produção da agricultura familiar, com destaque para aves (Santa Catarina), cacau (Bahia), café (Espírito Santo), leite (Minas Gerais) e mandioca (Pará). No total, foram transformadas 283 milhões de toneladas de alimentos, um crescimento de 3,2% no volume fabricado.

"Somos parceiros estratégicos da agropecuária, agregamos valor aos produtos do campo, geramos empregos e oferecemos suporte técnico e ambiental aos pequenos produtores", diz Dornellas.

Faturamento acima de R$ 1 trilhão pelo terceiro ano

O faturamento do setor alcançou R$ 1,277 trilhão, um crescimento nominal de 9,98%, representando 10,8% do PIB nacional. Desse total:

  • R$ 918 bilhões (72%) vieram do mercado interno;
  • US$ 66,3 bilhões (28%) das exportações.

O consumo interno foi impulsionado pelo aumento da massa salarial real, acima de 6% em 2024. Setores que mais cresceram:

  • Food service: +10,4%
  • Varejo alimentar: +8,8%

A indústria investiu R$ 40 bilhões em expansão e modernização. "Nos dois primeiros anos do plano de R$ 120 bilhões até 2026, já foram investidos R$ 74,7 bilhões, mostrando a força do setor", destaca Dornellas.

Brasil: líder mundial em exportação de alimentos

Desde 2022, o Brasil é o maior exportador global de alimentos industrializados. Em 2024, o volume exportado cresceu 10,4%, chegando a 80,3 milhões de toneladas. A receita atingiu um recorde de US$ 66,3 bilhões (+6,6%).

Principais destinos:

  • Ásia (38,7% das exportações) - China lidera com 14,9%.
  • Liga Árabe (18,9%).
  • União Europeia (12,6%).

Itens mais exportados:

  • Proteínas animais: US$ 26,2 bi
  • Açúcar e derivados: US$ 18,9 bi
  • Produtos de soja: US$ 10,7 bi

Fatores como crescimento econômico global (3%), inflação controlada e acordos sanitários ajudaram a expandir o mercado.

O Brasil também fortaleceu sua rede de adidos agrícolas, passando a contar com 40 postos, um aumento de 38%, melhorando sua presença nas negociações internacionais.

Custo de produção sob pressão

Em 2024, a indústria enfrentou aumentos significativos nos custos de produção, impactados por:

  • Alta das commodities agrícolas;
  • Inflação dos insumos: energia (+10%), diesel (+7%), gás (+6%);
  • Eventos climáticos, como estiagens e enchentes no RS.

Apesar disso, a inflação dos alimentos industrializados foi de 7,7%, abaixo da alta de 9,3% no custo de produção. "Os investimentos da indústria ajudaram a mitigar os impactos para o consumidor", conclui Dornellas.

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