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IA vai transformar a Black Friday em ‘Black Fraude’? A dúvida fará consumidores gastarem menos

Levantamento do Reclame AQUI revela que golpes com inteligência artificial são principal preocupação dos consumidores – 55% dos que tem certeza de que vão comprar pretendem gastar menos este ano

Golpes com inteligência artificial causam preocupação e cautela no consumidor (Manuel Breva Colmeiro/Getty Images)

Golpes com inteligência artificial causam preocupação e cautela no consumidor (Manuel Breva Colmeiro/Getty Images)

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Publicado em 7 de outubro de 2025 às 13h00.

O varejo digital continua sendo o setor que mais sai ganhando com a Black Friday. Mas este ano, que projeta movimentação de até R$ 13,6 bilhões, pode ser que nem todos os segmentos tenham a mesma chance de lucrar. 

Segundo pesquisa do Reclame AQUI, o medo das fraudes com inteligência artificial deixou os consumidores mais cautelosos, ao ponto que:

  • Faltam menos de dois meses para a data (28 de novembro) e 76% dos consumidores ainda não decidiram se vão aproveitá-la
  • E dos 10% que já têm certeza das compras na Black Friday, metade vai gastar menos – 55%.

Os segmentos do varejo digital com melhor potencial para lucrar na data são: 

  • Roupas e calçados – 41% 
  • Produtos de beleza, cosméticos e tratamentos estéticos – 24%
  • Linha branca de eletrodomésticos (geladeira, máquina de lavar, coifa, etc.) – 22% 

“A Black Friday tem se tornado um campo de batalha entre a busca por ofertas e os golpes cada vez mais tecnológicos, utilizando IA para criar fraudes altamente convincentes. O que vemos é um consumidor mais pragmático, que vai à Black Friday para comprar o que precisa, com a condição certa”, diz Edu Neves, CEO e cofundador do Reclame AQUI.

O medo tem motivo: ainda é difícil evitar golpes de IA

A pesquisa também revelou que 63% dos consumidores não sabem identificar golpes feitos com IA. 20% já foram vítimas de golpes na Black Friday. Juntando os dois dados, fica fácil de entender porque a cautela no ambiente digital. 

Antes, o consumidor precisava verificar URLs falsas e identificar sites clonados. Agora ele também tem de se preocupar com golpes digitais que utilizam deep fakes, vozes clonadas, vídeos de promoções falsas e todo tipo de ferramenta que criminosos podem criar empregando inteligência artificial.

“O golpe não está só na largada, na oferta imperdível. Pode ser depois de você estar com a sua opinião formada, já ter escolhido a loja, ele apareça lá na etapa final, na hora do pagamento”, Neves fala e recomenda o Detector de Site Confiável do Reclame AQUI.

O que os varejistas digitais precisam para ganhar a confiança do consumidor?

A pesquisa indica que 98% dos consumidores já praticam a verificação de confiabilidade de lojas, sites, perfis de rede social, links, ofertas e preços. Para esta edição da Black Friday, reputação e segurança se tornaram novos decisores de compra. 

Por consequência, esses fatores também se tornam principal ponto para investimento das empresas. O decisor principal ainda é o preço, mas em ordem de prioridade, os fatores adicionais são:

  • Reputação das empresas/marcas  – 34%,
  • Segurança contra golpes e fraudes – 33%,
  • Avaliações de outros consumidores sobre os produtos – 25%.

“A jornada de compra hoje é uma conversa, e o consumidor só faz negócio com quem participa desse diálogo. Ele entende que a força de uma comunidade de consumidores é a maior proteção contra riscos e fraudes, conclui o CEO do Reclame AQUI.

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