IA na indústria: setor é cotado como um dos maiores beneficiados pela inteligência artificial (Freepik)
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Publicado em 10 de março de 2025 às 10h00.
Por Matheus Rossini*
A forma como buscamos informações na internet está passando por uma transformação radical. Como usuário e profissional que acompanha essa evolução, percebo que a experiência digital nunca esteve tão próxima de uma verdadeira revolução. Com a ascensão da inteligência artificial generativa, os motores de busca deixaram de ser simples indexadores de links para se tornarem assistentes capazes de interpretar e sintetizar informações, entregando respostas em linguagem natural. Como destacado pela MIT Technology Review, essa nova abordagem muda completamente a maneira como interagimos com o conhecimento online. Mas até que ponto essa inovação realmente melhora nossa experiência e quais são os desafios que ela traz?
Nos últimos anos, vimos avanços impressionantes na capacidade dos modelos de linguagem, permitindo que essas ferramentas nos entreguem respostas diretas e contextualizadas. Em vez de perder tempo clicando em múltiplos links e cruzando informações por conta própria, agora temos um sistema que faz esse trabalho para nós. Conveniente? Sim. Mas também levanta uma questão importante: estamos abrindo mão de nosso papel ativo na busca por conhecimento? A precisão dessas respostas e os vieses algorítmicos são desafios que ainda precisam ser resolvidos.
Não há dúvida de que a experiência do usuário se tornou mais ágil e personalizada. Mas o impacto dessa mudança vai muito além do que imaginamos. Empresas de mídia que antes dependiam do tráfego orgânico gerado pelos motores de busca agora precisam repensar suas estratégias para não serem simplesmente ignoradas. Profissionais de SEO se veem diante de um cenário incerto, onde as antigas regras já não se aplicam mais. Como vamos garantir que informações relevantes continuem sendo encontradas se a dinâmica da busca mudou drasticamente?
O mercado já está respondendo a essa revolução com investimentos massivos. Gigantes como Google e Microsoft travam uma batalha para definir quem liderará essa nova era da busca online, enquanto startups inovadoras tentam encontrar brechas para se destacar. É uma corrida tecnológica frenética, movida pela necessidade de oferecer soluções mais eficientes e ágeis. Mas há um risco nesse monopólio da informação: se poucos players detêm o poder de definir quais respostas são relevantes, como garantir uma diversidade de perspectivas? Como impedir que o conhecimento seja filtrado e moldado por interesses comerciais?
Além disso, há um debate ético e regulatório em ebulição. A privacidade dos usuários, o uso de dados para personalização de respostas e o potencial para disseminação de desinformação são desafios que não podem ser ignorados. Muitos especialistas alertam que a falta de regulamentação pode transformar essa revolução em um problema, enquanto outros enxergam nela uma oportunidade para tornar o acesso ao conhecimento mais democrático e acessível.
O futuro da busca online está sendo escrito agora, e, sinceramente, ainda não sei dizer qual será o desfecho. O que sei é que a internet nunca mais será a mesma. Como usuários, precisamos estar atentos e exigir transparência dessas novas ferramentas. Como profissionais, devemos nos adaptar rapidamente para acompanhar essa transformação. A inteligência artificial pode nos levar a um novo patamar de eficiência, mas cabe a nós garantir que essa evolução seja ética, responsável e verdadeiramente útil para todos.*
*Matheus Rossini é especialista em marketing digital e cofundador da Thunder Mustard.
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