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Hugo Tadeu: Estamos no caminho certo com letramento digital?

Em um mundo com tantas revoluções tecnológicas, impulsionar a educação em todos os níveis pode ser um diferencial para o Brasil

Debater a qualidade da educação é um diferencial para o futuro (Carol Yepes/Getty Images)

Debater a qualidade da educação é um diferencial para o futuro (Carol Yepes/Getty Images)

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Publicado em 8 de agosto de 2022 às 09h02.

Por Hugo Tadeu

Os dados do Ministério da Educação (MEC) sugerem que os resultados da educação brasileira são desafiadores em todas as suas esferas. Ao analisar os indicadores dos estudantes da educação básica, por exemplo, percebe-se um grande desafio na qualidade do entendimento, na leitura de textos, na formulação de equações matemáticas básicas e na pronúncia de um segundo idioma.

Ao longo dos últimos anos, inúmeros especialistas e institutos de referência têm sugerido mudanças no processo educacional brasileiro, tratando o assunto como uma prioridade estratégica na formulação de políticas públicas. Além da qualidade do gasto, reconhecer o importante papel do professor, da educação integral e da boa gestão escolar seriam diferenciais relevantes. Exemplos positivos acontecem em todo o país, citando escolas em Sobral e no interior de Minas Gerais.

Para quem pensa que a qualidade da educação pública é um problema isolado, muito também deveria ser feito nas escolas particulares. Ao comparar os dados de um aluno vindo da classe média, pagando altas taxas mensais para obter um ensino de qualidade, com o mesmo perfil de aluno de outros países, percebe-se uma discrepância nos resultados. Somente como inspiração, países como Estados Unidos, Canadá, Finlândia e Coreia do Sul conseguiram obter saltos no seu desempenho econômico, quando a educação passou a ser um tema central de Estado.

Analisar a importância das universidades e institutos de pesquisa, além da educação de base, também deveria estar na pauta. Muito ainda deveria ser feito, fora o estímulo à produção acadêmica, para a geração de ciência de ponta em parceria com empresas privadas, destacando a alocação de recursos, reconhecimento dos nossos cientistas, maior inserção nas cadeias de geração de valor global e impacto na sociedade.

Estes temas sobre a nossa educação tem relação direta com a transformação digital. Em um mundo com tantas revoluções tecnológicas em andamento, impulsionar a qualidade da educação em todos os seus níveis será um diferencial competitivo. Além da formação técnica, pensar no jovem do futuro, combinando competências educacionais e socioemocionais, será determinante para saber em qual dimensão o nosso país poderá estar.

Também, além de nossos diferenciais produtivos atuais, centrados na capacidade agrícola, mineração e agenda para exportação, pensar no futuro e na geração de conhecimento de ponta seria um tema determinante. Combinar o debate sobre a qualidade da educação versus futuro seria um grande diferencial competitivo para o país, caso o nosso foco seja estar entre as nações mais desenvolvidas nos próximos anos.

*Hugo Tadeu é diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC e Senior Advisor da Deloitte

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