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Hugo Tadeu: A termodinâmica da inovação

Já passou da hora de desmistificar o entendimento que relaciona inovação ao gênio da lâmpada mágica

Desenvolver conhecimento demanda esforço, tempo, dedicação e troca (patpitchaya/Getty Images)

Desenvolver conhecimento demanda esforço, tempo, dedicação e troca (patpitchaya/Getty Images)

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Publicado em 8 de maio de 2022 às 13h00.

Por Hugo Tadeu*

A termodinâmica traz ensinamentos preciosos para a vida cotidiana. Um dos seus principais fundamentos é o balanço de energia, sendo a busca pelo equilíbrio geral de um sistema. De uma forma mais ampla, a primeira e a segunda leis da termodinâmica sugerem que a energia não pode ser criada ou destruída, apenas modificada, destacando a sua observação e imunidade ao calor.

Trazendo um pouco mais de detalhes, o equilíbrio termodinâmico poderia ser sintetizado por seu calor produzido, trabalho e capacidade para armazenamento de energia no tempo. Neste caso, a engenharia e a busca pelo entendimento da física seriam muito úteis para as organizações e os investimentos em inovação.

Como ponto de partida, já passou da hora de desmistificar o entendimento relacionando inovação ao gênio da lâmpada mágica. Da mesma forma, acreditar que um líder visionário ou um empreendedor com uma visão mágica de mercado tem o potencial isolado de criar soluções rápidas, lucrativas e com amplo potencial.

Esse mesmo raciocínio também vale para a geração de conhecimento. O desenvolvimento de novos conhecimentos demanda esforço, tempo, dedicação e troca entre pares. Ou seja, não adianta acreditar em fórmulas mágicas e supor que amanhã cedo toda a sua organização será transformada. Cuidado, pois isao pode significar uma grande mentira.

A analogia entre termodinâmica, gênio da lâmpada mágica e conhecimento tem relação direta com a capacidade em inovar. Ou seja, não adianta imaginar que a melhor tecnologia transformadora salvará o seu negócio. Pelo contrário, sendo necessário criar um processo estruturado, gerenciável, pautado em ideias, novos projetos e métricas bem estabelecidas. Nesse sentido, as organizações mais inovadoras, têm o bom entendimento da gestão de portfólio, em busca do equilíbrio entre iniciativas de curto, médio e longo prazo.

Para a gestão da inovação, torna-se necessário ter equipes com perfis multidisciplinares e complementares. Da mesma forma, essa agenda demanda tempo, construção de senso coletivo e cooperação entre pares. A partir deste senso comum, a geração de conhecimento e aplicação em negócios será possível.

Aliás, o tema conhecimento merece atenção, pois não se vive somente de futuro. Pelo contrário! Grande parte do potencial para novas ideias, projetos e soluções importantes para a sobrevivência do seu negócio estão vinculadas ao ambiente de melhoria contínua e na simplicidade. Ou seja, não subestime o potencial das equipes operacionais, somando boas ideias da base, ao contexto de mercado e novas soluções tecnológicas.

Como se diz no ditado popular, nada melhor que buscar uma vida equilibrando nossas tarefas cotidianas, sendo o mesmo para inovação. O balanço de energia envolvendo conhecimento, ideias, equipes e o potencial criativo do seu negócio deve estar na pauta, modificando o negócio e gerando novas oportunidades de crescimento.

*Hugo Tadeu é diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC e senior advisor da Deloitte

 

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