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Hora de fugir da caverna digital. Ou você continua preso ao 'zooming'?

Pesquisa mostra que 52% dos brasileiros tiveram alguma piora em seu bem-estar mental em 2020

O “zooming” é uma das doenças laterais trazidas pela pandemia (RLT_Images/Getty Images)

O “zooming” é uma das doenças laterais trazidas pela pandemia (RLT_Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2021 às 16h28.

Última atualização em 16 de junho de 2021 às 14h34.

Por Rizzo Miranda

O Mito (ou a Alegoria) da Caverna é um diálogo que acontece dentro de um clássico grego de PlatãoA República – e volta e meia aparece para nos ajudar a interpretar situações contemporâneas. Ele me ocorre agora quando nos aproximamos de quase um ano e meio de pandemia e uma grande parte de nossa rotina começou a ser vivida dentro de uma “caverna digital” cheia de janelinhas dos aplicativos de videoconferência. E é aí que começam a aparecer as sombras que o mito platônico relata. O que antes era uma solução para o isolamento social – e continua a ser – está nos transformando em personagens cada dia mais presos no fundo dessa caverna/zooming e, pior, longe da “luz”.

Só para lembrar: no mito se fala sobre a existência de uma caverna onde prisioneiros vivem desde a infância. Com as mãos amarradas, eles podem avistar somente as sombras que são projetadas numa parede. As sombras são ocasionadas por uma fogueira que projeta gestos (de outros homens que nunca aparecem). E isso acaba sendo todo o conhecimento que os prisioneiros possuem do mundo. A caverna é o mundo restrito deles.

Certo dia, um dos prisioneiros é libertado. E na saída da caverna ele se assusta ao deparar-se com o mundo exterior. A luz solar ofusca sua visão. Aos poucos, sua visão acostuma-se com a luz e ele percebe o mundo que existe fora da caverna. E que as sombras, que ele julgava ser realidade, na verdade são cópias imperfeitas de uma pequena parcela da realidade.

Atualizando o Mito da Caverna a valor presente pandêmico é o caso de começar a buscar meios para achar a nossa porta da caverna. E a luz. O “zooming” está nos cercando de uma rotina doentia em 360 graus. Para uma atividade tão importante para nossa comunicação atual é fundamental ressignificá-la na saúde, no comportamento e nas práticas de trabalho.

Há um alerta para as pessoas, empresas e seus departamentos de RH. O “zooming” é talvez uma das “doenças laterais” mais insidiosas que a pandemia está imprimindo em toda uma geração.

Segundo Jeremy Bailenson, professor de psicologia e comunicação e diretor do Laboratório em Stanford nós temos quatro razões principais para o “zooming”: o cansaço visual por olhar para a tela à curta distância; efeito espelho (olhar para a própria imagem o dia todo); mobilidade reduzida e comunicação não verbal excessiva (gestos).

O esforço de se conduzir durante uma videochamada e repetir isso durante o dia é um processo novo mas que demanda soluções urgentes. E atenção especial das empresas pois afeta a produtividade. Pesquisa do instituto Ipsos mostra que 53% dos brasileiros dizem que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito em 2020.

Pelo jeito já passou da hora da gente tentar ser o cara que se liberta da caverna.

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