Grupo DPSP leva hemocentro para centro-oeste e sudeste (Manusapon Kasosod/Getty Images)
O Grupo DPSP, união das Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo, está expandindo projetos de “saúde móvel” criados no primeiro ano da pandemia de covid-19 para levar à população prevenção contra doenças e até tratamento em diferentes pontos do país. O carro-chefe é o Hemocentro Itinerante, que inicia em maio uma nova etapa focada no centro-oeste e no sudeste, após bater recordes de coleta em diferentes cidades do interior e capital paulista.
Realizado em parceria com a startup social SAS Brasil, o projeto conta com um espaço móvel totalmente equipado para a coleta de sangue. A primeira edição aconteceu no ano passado e beneficiou mais de cinco mil pacientes e, nos primeiros meses desse ano, a carreta já arrecadou 624 litros de sangue — 40% dos doadores fizeram o gesto solidário pela primeira vez.
A companhia reforçou, nos últimos dois anos, seus investimentos em parcerias para oferecer serviços voltados ao cuidado com a saúde física e mental, como aulas gratuitas ao ar livre patrocinadas pelas drogarias em parceria com a plataforma de bem-estar Mude. O projeto atualmente está ativo na cidade do Rio de Janeiro, em bairros como Leblon, Barra da Tijuca, Recreio e Flamengo.
Andrea Sylos, diretora Comercial e de Marketing do Grupo DPSP, afirma que esses projetos, além de beneficiarem a rede de saúde como um todo, transformam a maneira interagir e fortalecer laços entre a empresa e a população. “Colocar o cliente no foco da nossa atenção também passa por reinventar a forma como fazemos marketing. Os consumidores hoje se conectam com empresas que verdadeiramente causem um impacto em suas vidas”, afirma.
Essa percepção está alinhada com o cenário apontado pela pesquisa 2022 Global Marketing Trends, da Deloitte. O estudo revela os caminhos que direcionarão os profissionais da área de marketing neste ano, a partir da análise feita com mais de mil executivos e 11.500 consumidores de todo o mundo para identificar as principais tendências que prometem manter uma marca relevante para os seus consumidores. Entre elas, está o “Marketing autêntico e inclusivo”. Nela, 76% dos participantes responderam que são mais propensos a comprar de marcas que se comprometem a abordar questões sociais e desigualdades.
Embora seja um tema em alta atualmente, esse não é um assunto novo para o grupo. Promover e apoiar causas sociais faz parte do DNA da companhia, que busca cada vez mais criar iniciativas para melhorar a vida das pessoas, independentemente de serem clientes. Um exemplo disso é a Campanha do Agasalho, realizada há 14 anos pela companhia. No período, já foram arrecadados mais de 117 mil sacos de 100 litros em doações.
A executiva do Grupo DPSP conversou com a Bússola sobre as iniciativas implementadas pela empresa durante a pandemia, além de comentar as estratégias sociais previamente consolidadas:
Bússola: A ampliação do acesso a serviços de saúde é uma necessidade constatada e desenvolvida na pandemia. Você acredita que essa seja uma forte tendência também para o varejo do Brasil?
Andrea Sylos: Não tenho dúvidas. A pandemia acabou colocando em evidência a importância do autocuidado, da prevenção, de manter os tratamentos contínuos e acelerou a percepção de valor do consumidor sobre o papel da farmácia na jornada completa de saúde.
As farmácias e os farmacêuticos ganharam um protagonismo por serem referência de acolhimento e cuidado para a população. Nesse sentido, poder contar com duas marcas tradicionais na rotina de cuidado e prevenção contribuiu para que pudéssemos estreitar ainda mais essa relação de confiança junto aos clientes.
Ao visitar uma de nossas lojas, irão encontrar orientação adequada nos balcões, além de serviços essenciais para sua saúde. São mais de 5 mil farmacêuticos treinados, 900 salas para a realização de serviços básicos, 300 de serviços completos e 40 salas para aplicação de vacinas.
Por isso, oferecer mais do que medicamentos faz parte do nosso valor. E temos o objetivo de ampliar cada vez mais as soluções de saúde dentro da companhia, incluindo imunização e diagnóstico, com exames rápidos, testes genéticos e vacinas, entre outros.
Bússola: Esses pontos trazem uma visão diferente da farmácia, um local tradicionalmente associado à busca por medicamentos para tratamento, sem uma associação imediata com prevenção. Olhar para essa frente também é um ponto forte para o setor?
Andrea Sylos: Sem dúvidas. Temos um crescimento importante na área de imunização, um dos pilares estratégicos de atuação do grupo e que se tornou um tema central com a pandemia de covid-19, devido à alta demanda por testes e ao rápido desenvolvimento de vacinas, aliado à importância da aplicação de doses na população para reduzir casos graves e mortes pela doença.
Nossas redes trabalham com testes rápidos e imunizantes para uma série de doenças, com destaque para a vacina tetravalente contra a gripe em campanhas anuais, como a que está em curso. No total, desde 2020 já aplicamos mais de 28 mil doses de vacinas diversas.
Também triplicamos o número de salas para aplicação de vacinas e testagens rápidas para doenças como dengue, zika/chikungunya, teste da bochechinha (capaz de identificar na primeira infância até 320 doenças evitáveis ou tratáveis se rastreadas precocemente), entre outros. Já realizamos mais de 2,6 milhões de serviços complexos em nossas unidades, o que coloca em evidência o papel essencial que a farmácia tem na jornada de saúde básica da população.
Bússola: A pandemia nos mostrou que o cuidado com a saúde passa inevitavelmente pelo bem-estar físico e mental. Como o grupo atua nessa frente?
Andrea Sylos: Nosso foco vai muito além da venda de medicamentos. Somos provedores de saúde.
Foi pensando nisso que decidimos lançar as Vans Viva Saúde. Nos tornamos a primeira rede de varejo farmacêutico a levar ao cliente imunização em larga escala por meio de unidades móveis. A operação é feita dentro das regras exigidas pelos órgãos reguladores em um ambiente climatizado e devidamente equipado. Os primeiros Estados que receberam os serviços foram Rio de Janeiro e São Paulo e, futuramente, pretendemos ampliar para as demais localidades onde atuamos. Desde o início do projeto, já foram mais de 5 mil atendimentos realizados por meio dessa estrutura itinerante.
Também fizemos uma parceria estratégica com a plataforma de bem-estar Mude, em que oferecemos aulas de Yoga, HIIT, Bodyweight e FitDance gratuitamente à população do Rio de Janeiro em horários diversos com a supervisão de profissionais qualificados. É assim que enxergamos a forma de fazer marketing hoje. Não é mais unilateral. Precisa haver uma conexão e fazer sentido para os dois lados. Queremos que o nosso cliente enxergue o benefício das nossas marcas para a vida dele.
Bússola: E qual é o papel das parcerias, como a que foi estabelecida com a Mude?
Andrea Sylos: Hoje, os consumidores se conectam cada vez mais com marcas que tenham um propósito claro. O nosso sempre foi o de fazer a diferença na vida, na saúde e no bem-estar das pessoas. Então, todas as nossas alavancas de marketing e projetos de impacto social nascem dessa motivação. No caso da Mude, o projeto surgiu da nossa vontade de viabilizar uma forma acessível de as pessoas praticarem atividade física, o que tem total sinergia com a nossa proposta de valor — ser um hub completo de saúde para a população.
Bússola: Dentro dessa nova forma de enxergar o papel das farmácias, qual tem sido o grande desafio?
Andrea Sylos: Desafios são diários, e acreditamos que o maior deles é fazer os serviços básicos de saúde chegarem à população em um país com a dimensão do Brasil. Por isso, a farmácia é tão essencial nesse processo. Nesse sentido, além de equipar nossas lojas com salas especiais para testagens, vacinas e outros serviços básicos, nos preocupamos em levar iniciativas de prevenção e promoção da saúde até as pessoas — seja por meio do hemocentro itinerante, seja por meio das nossas Vans Viva Saúde ou de mutirões de atendimento em parceria com entidades que nos auxiliam a levar atendimento às populações vulneráveis, como Cufa, Rede das Marés e Cruz Vermelha de São Paulo.
O projeto do hemocentro itinerante, que expandiremos agora em maio, é um exemplo dessa forma de transpor barreiras levando saúde a todos os cantos. Em 2021, decidimos nos unir à SAS Brasil — startup social que leva saúde especializada a regiões de vulnerabilidade de todo o país– para essa ação inovadora, que consistia em implementar um banco móvel de sangue capaz de rodar por várias cidades brasileiras recolhendo bolsas de sangue que são doadas a hemocentros regionais — em um momento em que a doação de sangue era um grande desafio pela pandemia. Assim nasceu o projeto, com uma carreta totalmente adaptada para as doações e que segue todas as normas de segurança sanitária.
No primeiro ano do projeto percorremos a região metropolitana do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e do Distrito Federal, praças em que atuamos com a Drogarias Pacheco. Centenas de pessoas doaram mais de 600 litros de sangue, que beneficiaram mais de 5 mil pacientes que precisam de transfusão.
Neste ano o banco de sangue móvel retomou a ação em cidades paulistas, com parceria da Drogaria São Paulo. Até meados de abril, mais de 1.300 voluntários já tinham doado 570 litros de sangue, com potencial de beneficiar mais de 5.200 pessoas.
O mais gratificante dessa iniciativa é o seu caráter educativo, de despertar o desejo de ajudar. Cerca de 40% das pessoas doaram sangue pela primeira vez na vida. Isso mostra que o nosso objetivo de conectar nossas marcas à população por meio de serviços que impactam diretamente os cidadãos faz a diferença na vida de muita gente.
Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube
Veja também
Robô usa luz ultravioleta para prevenir e reduzir infecções em hospitais
Como a prestação de cuidados centrada no paciente humaniza a saúde
63% dos brasileiros escolhem o câncer como prioridade para o Governo