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Governo britânico sugere a investidor tirar grana de empresas poluidoras

Relatório de finanças verdes divulgado nesta semana afirma ainda que o governo vai fiscalizar as metas das corporações de perto

É preciso traçar planos e é necessário fazer escolhas duras agora mesmo. (Thithawat_s/Getty Images)

É preciso traçar planos e é necessário fazer escolhas duras agora mesmo. (Thithawat_s/Getty Images)

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Publicado em 21 de outubro de 2021 às 20h19.

Por Renato Krausz*

A pressão está aumentando. O governo do Reino Unido divulgou nesta semana um documento no qual sugere que fundos de pensão e gestoras de investimento retirem dinheiro de empresas que não estejam agindo com o afã pelo net zero em carbono.

Chamado “Greening Finance: a Roadmap to Sustainable Investing”, o relatório de quase 50 páginas afirma ainda que o governo espera que as empresas divulguem informações precisas sobre como estão se saindo nesta jornada e avisa que vai fiscalizar isso de perto. Assim como vai endurecer na regulamentação conforme surjam novos padrões para a transição a uma economia de baixo carbono.

Muita gente no universo de ESG considera a estratégia do desinvestimento equivocada pelo fato de você perder o poder de transformar a realidade da empresa por meio do voto, da presença no conselho de administração ou de outros meios de influência e engajamento. Uma reportagem do site Responsible Investor dá conta de que o próprio ministro da Previdência, Guy Opperman, criticou a medida.

Por outro lado, grandes gestoras como a BlackRock e similares, que de certa forma lideram esta agenda de finanças sustentáveis no mundo, também são criticadas por manter investimentos em empresas intensivas em carbono. O que nos permite concluir que, não importa o que você faça, será criticado. Mas tudo bem. A coluna de hoje não é sobre isso.

Às vésperas da COP26, em Glasgow, conferência da qual o premiê Boris Johnson será anfitrião, o governo também lançou nesta semana seu plano para atingir a neutralidade de carbono até 2050. Entre as maiores economias do mundo, o Reino Unido foi a primeira a definir esta meta, em 2019.

Há uma infinidade de medidas anunciadas, como a proibição da venda de novos carros a gasolina ou diesel a partir de 2030 e a adoção de uma matriz energética 100% limpa e renovável em 2035.

O pacotão de quase 400 páginas também tem recebido duras críticas, sobretudo de políticos da oposição e de ONGs como o Greenpeace. Um exemplo: Ed Davey, ex-secretário de Energia de David Cameron, escreveu um artigo dizendo que “o plano deixa todas as decisões difíceis para depois”.

Vamos ver como o relatório de finanças verdes e o pacote de neutralidade em carbono serão recebidos na COP26. De certa forma, proponentes e críticos estão certos: é preciso traçar planos e é necessário fazer escolhas duras agora mesmo.

*Renato Krausz é sócio-diretor da Loures Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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