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Gestão Sustentável: o meio do caminho e as luzes no fim do túnel

COP29 aprova padrões para créditos de carbono, mas financiamento climático continua incerto

ESG: empresas comprometidas com sustentabilidade e governança estão ganhando destaque no mercado. (Kadek Bonit Permadi/Getty Images)

ESG: empresas comprometidas com sustentabilidade e governança estão ganhando destaque no mercado. (Kadek Bonit Permadi/Getty Images)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 20 de novembro de 2024 às 13h00.

Chegamos à metade do período previsto para as negociações da COP29 com alguns anúncios relevantes e muitas indefinições. No primeiro dia, uma notícia aguardada há 10 anos: a aprovação dos padrões de qualidade para créditos de carbono, regras cruciais para estabelecer um mercado global de compensações. Essa medida tem o potencial de acelerar o desenvolvimento de soluções regenerativas.

Um estudo da Associação Internacional de Comércio de Emissões indicou que o valor de mercado dos fluxos financeiros entre países pode ultrapassar US$ 1 trilhão por ano até 2050, com uma redução de custos de mitigação estimada em US$ 21 trilhões entre 2020 e 2050. Isso poderia evitar a emissão de 5 bilhões de toneladas métricas de carbono anualmente.

Financiamento climático: obstáculos e propostas

Outros aspectos essenciais permanecem indefinidos, como a definição de uma nova meta de financiamento climático para substituir os 100 bilhões de dólares anuais prometidos pelos países desenvolvidos. A meta defendida por países em desenvolvimento é de pelo menos US$ 1 trilhão por ano a partir de 2030, mas enfrenta resistência das nações ricas, que alegam limitações nos fluxos de recursos públicos disponíveis.

Os governos sugerem ampliar os financiadores para incluir economias emergentes, bancos multilaterais de desenvolvimento e a iniciativa privada.

Oportunidades para o setor privado

Diante das incertezas, surgem oportunidades para empresas que se posicionem na transição para uma economia verde:

  1. Geração de créditos de carbono: Com a preservação de florestas e a restauração de áreas degradadas, as empresas podem compensar emissões e obter receitas adicionais. Projetos internos ou colaborativos, seguindo normas do mercado voluntário, contribuem para a mitigação das mudanças climáticas e fortalecem a reputação corporativa.
  2. Inovação em cadeias de valor: Tecnologias disruptivas como bioeconomia, sistemas agroflorestais, hidrogênio verde e combustíveis sustentáveis de aviação podem acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.
  3. Engajamento da sociedade civil: Parcerias para educação e co-criação de soluções sustentáveis podem atrair consumidores conscientes e fortalecer marcas.
  4. Advocacy e políticas públicas: Empresas que lideram a agenda de sustentabilidade influenciam o ambiente de negócios e preservam sua competitividade.
  5. Integração internacional: Explorar mercados e aprendizados fora do Brasil pode abrir novas frentes de atuação para organizações nacionais.

Este é um momento decisivo para alavancar o papel do setor privado e garantir avanços sustentáveis.

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