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Gestão Sustentável: como definir compromissos de sustentabilidade?

Esta semana, Danilo Maeda propõe uma sequência de ações importantes para o desenvolvimento de uma agenda ESG

Com uma estratégia definida, planeta e empresa ganham. Mas como chegar a um plano ideal? (Vectorarte / Freepik/Reprodução)

Com uma estratégia definida, planeta e empresa ganham. Mas como chegar a um plano ideal? (Vectorarte / Freepik/Reprodução)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 26 de setembro de 2023 às 13h30.

Última atualização em 13 de outubro de 2023 às 20h47.

O objetivo de uma estratégia ESG é produzir sustentabilidade. Tanto para a organização quanto para a sociedade e meio ambiente. Ou seja, ao estabelecer uma visão de futuro clara – descrita no propósito corporativo e refletida na estratégia de sustentabilidade, a organização pode protagonizar a própria jornada e atrair as pessoas para virem junto. Os benefícios para o negócio vão desde uma melhor gestão de riscos até geração de valor financeiro, ao capturar oportunidades de mercado. Para o planeta, o ganho está relacionado com o fato de que a organização passa a se integrar ao meio de forma mais harmônica, ao se responsabilizar por suas externalidades.

Mas como fazer isso? Definir uma agenda estratégica de sustentabilidade é fundamental para que empresas e organizações em geral tenham um senso de direção bem definido, saibam quais desafios devem superar e, desta forma, façam investimentos proporcionais e bem alocados. O produto final e mais conhecido desta agenda é composto por um conjunto de compromissos, objetivos e metas que devem ser acompanhado por meio de indicadores bem escolhidos, para refletir os impactos que a estratégia deseja produzir.

Materialidade: foco no que importa

Mas como definir esta agenda? Diante de tantos desafios que compõem a agenda de desenvolvimento sustentável – apenas nos ODS temos 17 temas e 169 metas, por exemplo –, como estabelecer o caminho específico de cada organização? Estratégias ESG que adicionam valor real à empresa e seus stakeholders precisam de foco e senso de direção. E a ferramenta indicada para mapear impactos, riscos e oportunidades de sustentabilidade é a avaliação de materialidade. O conceito se refere aos “temas e indicadores que reflitam os impactos econômicos, ambientais e sociais significativos da organização ou possam influenciar de forma substancial as avaliações e decisões dos stakeholders”. Em outras palavras, temas materiais são os assuntos que realmente importam para uma empresa e para quem se relaciona com ela.

Avaliação de impactos

Depois de saber quais temas tratar, é necessário avaliar como os impactos mapeados se relacionam com o negócio, para então definir os indicadores mais adequados para sua gestão. Como exemplo, podemos pensar no tema das mudanças climáticas, que a depender da organização pode tanto ser um vetor de riscos (por conta de questões como mudanças no regime de chuvas) quanto uma externalidade negativa a ser gerenciada (caso de setores intensivos em emissões). A depender do cenário, os indicadores e estratégias recomendáveis para gestão do tema mudarão consideravelmente: o primeiro cenário demanda práticas de adaptação enquanto o segundo de mitigação e compensação.

Senso de direção

Essa avaliação aprofundada é a base para os planos de ação que compõem a parte mais visível do ESG. Os compromissos (declarações de intenção que estabelecem o senso de direção da empresa), objetivos (marcos específicos que se deseja alcançar) e metas (que devem apresentar prazos e indicadores específicos para atingimento dos objetivos) derivam de um entendimento adequado da relação entre companhia e impactos socioambientais.

Esse ponto de chegada deve ser definido a partir de um diagnóstico sobre a situação atual, para que a organização consiga se organizar e definir o caminho pelo qual irá mitigar seus impactos socioambientais negativos e aumentar seu potencial de geração de valor compartilhado. Nessa etapa, apresentam-se inúmeras iniciativas como políticas de responsabilidade social, gestão de impactos ambientais (biodiversidade, mudanças climáticas, economia circular, etc), melhorias em processos produtivos, programas de desenvolvimento da cadeia de valor e até a remodelagem de negócios. As ações específicas a serem implementadas podem variar amplamente, dependendo das conclusões obtidas nas fases anteriores. 

De forma resumida,  estes são os principais pontos para a definição de uma agenda estratégica em ESG. Um trabalho complexo, por vezes difícil, mas com potencial de cumprir um propósito nobre: produzir sustentabilidade, tanto para a organização quanto para a sociedade e meio ambiente.

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