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Gestão Sustentável: a verdade ainda está aqui, mesmo que sob ameaça

O ano de 2025 começou com orgulho para os brasileiros com a premiação de Fernanda Torres no Globo de Ouro. Em contrapartida, Zuckerberg anuncia medidas geradoras de riscos

Ainda Estou Aqui: longa de Walter Salles com Fernanda Torres e Selton Mello foi aplaudido por 11 minutos em Veneza
 (Globoplay/ARTE France/Sony Pictures/Divulgação)

Ainda Estou Aqui: longa de Walter Salles com Fernanda Torres e Selton Mello foi aplaudido por 11 minutos em Veneza (Globoplay/ARTE France/Sony Pictures/Divulgação)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 15h00.

O prêmio Globo de Ouro para Fernanda Torres reconhece uma atuação primorosa e traz luz a debates que não podem ser esquecidos: defesa da democracia, reparação histórica, busca pela verdade. A premiação, concedida pela Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, é uma das mais prestigiadas do cinema e da televisão. No caso de Fernanda Torres, filha da também renomada atriz Fernanda Montenegro, o troféu simboliza não apenas o reconhecimento artístico, mas a força de uma obra que aborda questões fundamentais para a sociedade contemporânea.

A importância de “Ainda estou aqui”

O filme “Ainda estou aqui”, no qual Fernanda Torres atua, tem como foco principal a luta de personagens cujas vozes foram silenciadas ao longo da história. A trama explora temas como a importância de se preservar a memória coletiva, a necessidade de reparação social e o combate à manipulação de fatos. 

O roteiro destaca a busca contínua pela verdade e a importância de denunciar injustiças que muitas vezes se perpetuam ao longo das gerações. Nesse contexto, a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro não é só uma conquista pessoal, mas também um alerta sobre a urgência de manter vivas as discussões sobre direitos humanos e justiça social.

Contudo, no dia seguinte à premiação outro fato que em um primeiro olhar não teria relação com o tema evidencia a atualidade da obra. 

As novas políticas da Meta

O anúncio de Mark Zuckerberg sobre o afrouxamento das políticas de controle de abusos nas plataformas da Meta — que encerrará nos EUA o programa de verificação de fatos via parceiros, migrando para um modelo baseado em Notas da Comunidade — sinaliza riscos crescentes para a agenda. 

O risco de fortalecimento da manipulação informacional é evidente e reaquece a reflexão sobre como desinformação e manipulação podem minar processos democráticos e a defesa dos direitos fundamentais.

Vale lembrar que o Fórum Econômico Mundial apontou como principal risco global de curto prazo o tema “informação falsa e desinformação”. A pesquisa deve ser atualizada em breve e, se pedirem minha opinião, o tema precisa continuar como risco altamente relevante, uma vez que o cenário se agrava e as consequências de uma sociedade mal informada — ou deliberadamente enganada por informação falsa — são potencialmente catastróficas.

O impacto no desenvolvimento sustentável

Será impossível produzir mudanças relevantes para o desenvolvimento sustentável sem mecanismos que protejam a sociedade da manipulação informacional. Será impossível pautar decisões que preservem o futuro sem uma sociedade educada, crítica e capaz de identificar os jogos de interesse que movem os algoritmos. Tudo isso parece utopia, e talvez seja mesmo. Mas é um propósito a se perseguir.

Assim, encerro o primeiro artigo do ano com duas perguntas: vamos embarcar na defesa da democracia e da sustentabilidade como nossas causas em 2025? E qual papel você pode desempenhar para merecer um “Globo de Ouro da sustentabilidade”, mesmo que em sua própria esfera de influência?

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